Acordo de colaboração

"Fraca e cheia de narrativas", diz procurador da PGR sobre delação de Mauro Cid

Carlos Frederico dos Santos, responsável pelas investigações de atos antidemocráticos ainda não vê elementos para apresentar denúncia contra ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Ipolítica

Atualizada em 10/11/2023 às 12h04
Procurador comentou conteúdo da delação. (Reprodução)

BRASÍLIA- O subprocurador da Procuradoria Geral da República (PGR), Carlos Frederico dos Santos afirmou que a delação do tenente-coronel, Mauro Cid é fraca e cheia de narrativas.

Em entrevista ao Jornal O Globo, Frederico que é também Coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR disse que quando o acusado faz a delação seus depoimentos precisam ser corroborados.

“Quando nós temos um acordo de delação, tudo que é dito precisa ser corroborado. Eu não posso dizer que uma peça dessa será proveitosa se isso não acontecer. Não faço críticas à PF nem a quem firmou o acordo, mas meu olhar é do órgão acusador e, nessa perspectiva, pode afirmar que ali há só narrativas e não há robustez para o oferecimento de denúncia” — afirmou, ao analisar a delação.

A PGR foi contra o acordo de delação premiada entre PF e Mauro Cid. Santos disse que o fato de a delação ser “fraca” não é culpa da Polícia Federal. “Isso não é falha no trabalho de ninguém”, afirmou. “Não faço críticas à PF nem a quem firmou o acordo”.

O subprocurador-geral afirmou ainda que, em nenhum dos temas mencionados na delação, como a suposta venda de joias recebidas pelo ex-presidente Bolsonaro em viagens oficiais, Cid apresentou algum tipo de comprovação sobre os fatos expostos na delação.

“O delator que se propõe a firmar esse tipo de acordo não basta possuir uma narrativa, ele tem que apontar os participantes de um crime e apontar, pelo menos, os caminhos até as provas para confirmarmos aquilo que ele falou. Por isso, há diversas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) anulando esses acordos porque as acusações se basearam tão somente nas delações” pondera Santos.

A delação de Mauro Cid, foi homologada em setembro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após acordo com a Polícia Federal. Cid teve a prisão revogada dias depois e todos tinham grande expectativas sobre seu acordo de colaboração premiada. 


 

 


 

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