CPMI do 8 de janeiro

"Única saída seria urna imprimir voto", diz hacker sobre segurança do sistema eleitoral

Walter Delgatti Neto foi ouvido nesta quinta-feira (17) pela comissão.

Gilberto Léda/ipolítica

Walter Delgatti Neto diz que chegou a conclusão após "estudos e análises" (Reprodução/TV)

BRASÍLIA - O hacker Walter Delgatti Neto deu nesta quinta-feira (17) uma declaração que acabou provocando burburinhos na CPI do 8 de janeiro.

Enquanto era inquirido pelo presidente do colegiado, deputado federal Arthur Maia (União-BA), o programador foi questionado sobre qual conselho daria para reforçar a segurança das urnas eletrônicas utilizadas pelo sistema eleitoral brasileiro.

“Qual sugestão o senhor daria, na confecção do código-fonte, para futuras eleições, qual conselho o senhor daria, para reforçar a segurança, apenas um conselho técnico?”, questionou Maia.

Para Delgatti Neto, essa segurança extra seria possível somente com a inclusão do voto impresso ao sistema. “Eu vislumbro que a única saída seria a urna imprimir o voto. Seria a única saída, porque nunca se sabe se há pessoas mal-intencionadas na manipulação do código. E, após estudos e análises, cheguei à conclusão de que a única saída seria essa", declarou.

A afirmação foi seguida de alguns aplausos e muito burburinho no plenário.

Grampo - Durante seu depoimento, o também confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu que ele assumisse a autoria de um grampo ilegal contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais em troca de um indulto para livrá-lo da cadeia.

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Segundo o depoente, a proposta ocorreu em um telefonema intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). De acordo com o hacker, a conversa ocorreu em 2022, antes do primeiro turno das eleições. O objetivo do grampo seria minar a confiança da população no processo eleitoral e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Morais.

“Eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Morais. Segundo ele, esse grampo já havia sido realizado. Teria conversas comprometedoras do ministro, e ele (Bolsonaro) precisava que eu assumisse a autoria desse grampo. Ele disse no telefonema que esse grampo fora realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, se realmente aconteceu o grampo porque não tive acesso a ele”, afirmou.

Walter Delgatti Neto respondeu aos questionamentos da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). De acordo com o hacker, no mesmo telefonema Jair Bolsonaro teria prometido livrá-lo de um eventual pedido de prisão pelo crime.

“Ele disse que, em troca, eu teria o prometido indulto. E ele ainda disse assim: “Fique tranquilo. Caso algum juiz te prender, eu mando prender o juiz”. E deu risada. Eu concordei porque era uma proposta do presidente da República. Por medo, retornando à minha residência, entrei em contato com jornalista da Veja e contei isso a ele”, disse.

A senadora Eliziane Gama classificou o depoimento do hacker como “bombástico”.

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