BRASÍLIA - A senadora Eliziane Gama (PSD), relatora da CPMI do 8 de Janeiro, deu nesta terça-feira (17) uma contundente declaração após ler o relatório final dos trabalhos. Segundo ela, “o 8 de Janeiro foi uma tentativa propositada e premeditada de golpe de Estado”.
"O objetivo era um só: invadir, ou deixar invadir, as sedes dos Poderes, desestabilizar o governo, incendiar o país, provocar o caos e a desorganização política — e até mesmo, se necessário, uma guerra civil", afirmou a relatora.
Resultado de quase cinco meses de trabalho, o relatório da CPMI tem 1.333 páginas (leia aqui a íntegra) no qual a senadora pede o indiciamento de 61 pessoas, dentre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.
Na leitura do relatório, Eliziane Gama disse que os 'golpes modernos à esquerda e à direita, não usam tanques, cabos ou soldados para que 'o golpe não pareça golpe”.
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"Começam por uma guerra psicológica, a base de mentiras, de campanhas difamatórias, da disseminação do medo, da fabricação do ódio. É tanta repetição, repetição, repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade. O golpe avança pela apropriação dos símbolos nacionais. O golpe continua pelas tentativas de captura ideológica das forças de segurança. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral", afirmou a senadora.
O relatório recomenda ainda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, a ser instalado na parte externa do Senado Federal, reforçando que o Brasil é um Estado democrático de Direito e que, no dia 8 de janeiro de 2023, a democracia foi atacada.
Deputados e senadores da oposição ainda vão apresentar os votos em separado (relatórios paralelos), com foco em suposta omissão do governo federal no dia do ataque, nas prisões de manifestantes e na recusa da acusação de golpe pelo ex-presidente Bolsonaro. O senador Izalci Lucas (PSDB), por exemplo, deve sugerir o indiciamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB).
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