Flávio Dino anuncia investigação contra ação de servidores que levou Cancellier à prisão
Flávio Dino afirmou que há indícios de irregularidades em atuação de agentes públicos contra o então reitor da Universidade Federal de Samta Catarina, que logo em seguida recorreu ao suicídio.
BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), anunciou apuração da Polícia Federal (PF) em relação à ação de servidores públicos que levou o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, à prisão.
Cancellier recorreu ao suicídio depois de ter sido preso acusado de ter desviado recursos públicos da instituição de ensino.
O anúncio de Flávio Dino acontece depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) concluir que não houve irregularidades na gestão de Cancellier.
“Com base na decisão do TCU sobre as alegações contra o saudoso reitor Luiz Carlos Cancellier, da UFSC, na próxima semana irei adotar as providências cabíveis em face de possíveis abusos e irregularidades na conduta de agentes públicos federais”, escreveu Flávio Dino.
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Prisão e morte
O ex-reitor universitário foi preso por um período de 36 horas em 2017 e ficou impedido de retornar à instituição. Ele ficou recolhido em casa por 18 dias e depois disso se jogou do último andar de um shopping center em Florianópolis.
No bolso ele carregava um bilhete dizendo que sua morte havia sido decretada no momento em que ele foi afastado da UFSC.
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Naquele período, a Polícia Federal realizou uma operação batizada de "Ouvidos Moucos" para investigar supostas irregularidades em ofertas de educação à distância no programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).
As alegações eram de que havia superfaturamento no aluguel de veículos para execução do programa por parte da UFSC durante a gestão Cancellier.
Magistrada
A juíza federal que autorizou a prisão de Cancellier, foi Janaína Cassol, da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal de Santa Catarina.
Na ocasião da soltura de Cancelliar, em entrevista a um veículo de comunicação de Santa Catarina, ela disse ter ficado suspresa. Isso porque a soltura ocorreu num período em que ela precisou tirar uma licença médica de 3 dias. Neste período uma outra magistrada assumiu a função e determinou a soltura.
Janaina Cassol afirmava, na ocasião, que a soltura do ex-reitor trazia risco de interferência no caso.
“Decidir de maneira contrária ao MPF e à PF é algo normal. Pelo prazo e pelo tempo, eu não conseguiria tomar uma medida como essa. Isso é uma postura minha. O magistrado tem independência para isso. A colega analisou. Ela entendeu dessa maneira e que havia urgência”, disse a juíza na ocasião ao GZH.
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