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Em sabatina, Zanin não se manifesta sobre inquérito no STF que apura fake news

O senador Esperidião Amin (PP-SC) indagou Zanin sobre o tema. O advogado preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Ipolítica com Agência Brasil

Sabatina de Zanin já dura quatro horas. (Lula Marques/Agência Brasil)

BRASÍLIA- Durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado nesta quarta-feira (21), o advogado Cristiano Zanin quando questionado sobre o inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) não se manifestou sobre o assunto.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) indagou Zanin sobre o tema ao fazer referência ao histórico de atuação do advogado e classificá-lo como garantista. 

— Como é que o garantista enxerga o Inquérito 4.781? O garantismo, ideologicamente, filosoficamente considera isso um atentado contra o Estado Democrático de Direito — questionou Amin. 

Sob pena de ficar impedido, no futuro, de deliberar sobre qualquer questão relacionada ao inquérito e ao julgamento de processos que envolvam o tema, Cristiano Zanin preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Fala sobre Opinião Pública

Ainda durante a sabatina, Cristiano Zanin afirmou que um ministro do STF ou um magistrado qualquer, não pode se guiar pela opinião pública.

Questionado sobre o tema pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), o indicado ao STF afirmou que a opinião pública tem legitimidade de se informar sobre os processos judiciais e participar das discussões públicas, “mas muitas vezes ela não tem conhecimento do conteúdo dos autos ou das questões técnicas que estão em discussão”.

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Zanin acrescentou que, por isso, é preciso ter cuidado para que a voz da opinião pública não seja uma voz determinante no julgamento de um processo ou de uma causa. “A meu ver, o que deve ser determinante é o conteúdo dos autos e o que dizem a Constituição e as leis. O julgador não está numa posição de ter que agradar a opinião pública, ao contrário: muitas vezes, ele tem que ser contramajoritário, justamente para poder assegurar o que diz a Constituição e o que dizem as leis”, concluiu.

O papel do juiz e o lawfare

Durante a sabatina, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) questionou Zanin se o Judiciário deveria combater a prática do lawfare. Essa é a prática de manipular as leis e o sistema judiciário para perseguir adversários políticos, ou seja, de usar indevidamente a Justiça como arma política. A operação Lava Jato, por exemplo, é acusada de ter praticado lawfare contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para Zanin, o juiz não deve combater nada. “O magistrado tem o dever de julgar, julgar de acordo com a Constituição e com as leis. O combate é atribuição de outras carreiras do sistema de Justiça. Pode ser do Ministério Público, pode ser da polícia, mas, na minha visão, particularmente, o magistrado não deve combater absolutamente nada.”

Porém, o indicado ao STF ponderou que, ao perceber um caso de lawfare, o magistrado deve “prestar atenção e ver se aquele caso está permitindo, eventualmente, um uso indevido da legislação”. Nesses casos, na opinião do advogado, o juiz deve atuar de acordo com a lei para inibir que esse comportamento possa ir adiante.

“Afinal de contas, não cabe ao sistema de Justiça, na minha visão, usar a lei de forma indevida para interferir num processo eleitoral, para interferir numa concorrência empresarial, para interferir em qualquer situação que não seja ali caso de interferência da lei.”

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