Declaração

Orgulho não é soberba, diz Silvio Almeida na Parada LGBT+

Ele disse aos presentes que o “orgulho” do nome do evento não deveria ser confundido com soberba.

Ipolítica com Agência Brasil

Orgulho não é soberba, diz ministro (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

SÃO PAULO- O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, discursou em carreata neste domingo (11) na 27ª Parada do Orgulho LGBT+, em São Paulo. Ele disse aos presentes que o “orgulho” do nome do evento não deveria ser confundido com soberba.

“Soberba é algo negativo, algo que nos leva a ter um excesso de amor próprio e achar que nós somos mais importantes do que os outros. Outra coisa é o orgulho, e é esse que nós devemos ter”, afirmou o ministro que desfilou no primeiro dos carros de som. 

A 27ª Parada do Orgulho LGBT desde a manhã deste domingo na Avenida Paulista. Na programação dos trios elétricos, que descem a Rua da Consolação em direção ao centro da cidade, apresentam-se artistas como Pabllo Vittar, Daniela Mercury e Mc Soffia.

Na edição deste ano, a parada tem como foco a luta para que as políticas públicas englobem a comunidade LGBTQIA+. “A maior parte dos seus planos, programas, projetos, serviços e benefícios são disfarçadamente direcionados às famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais. Essas distorções ficam evidenciadas quando procuramos fazer parte desses programas”, diz o manifesto deste ano.

A secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, defendeu que o governo federal esteja junto com essa população “comprometendo-se a construir as políticas sociais que ajudam a mudar essa realidade”. “A parada é o momento em que vamos às ruas para lutar contra uma narrativa que nos mata, que diz que nós temos que ter vergonha de ser quem somos. Por isso, é importante a narrativa do orgulho, nós temos que ter orgulho de ser quem somos”, afirmou.

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Luta e festa

No bloco que abre alas da parada, estão as famílias de crianças intersexo. “São crianças que nascem com variações das características cromossômicas, anatômicas, hormonais e de fenótipo em relação ao sexo biológico”, explica Taís Emília, que ajudou a fundar uma associação para trazer visibilidade ao tema. “Tive um bebê intersexo. Ele ficou sem registro civil porque não era menino, nem menina. Eu, sem licença maternidade. Eu comecei uma luta em relação a isso”, lembrou.

Em Curitiba, sua cidade natal, Caroline Socodolski disse que frequenta a parada desde 2014. Porém, na capital paulista, esta é a segunda edição do evento de que participa. “Além de estar aqui para marcar presença e ser mais uma para dar volume, mostrar que somos presentes na sociedade, que existimos, eu também estou aqui para me divertir”, resume a moça que trabalha em uma agência de turismo.

A drag queen Cristina está em São Paulo há menos tempo ainda, vinda do Chile faz dois meses. “Eu estou gostando demais”, diz sobre a sua experiência no Brasil. Há muita felicidade hoje aqui e muita resistência das pessoas LGBTQIA+. E a comunidade inteira hoje está em festa.”

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