Corrupção

Diretor do MEC é demitido após desvios em kits de robótica

Polícia Federal investiga possíveis crimes ocorridos entre 2019 e 2022 na compra de kits de robótica para municípios do estado de Alagoas.

Ipolítica

Alexsander Moreira foi demitido do MEC após desvios em kits de robótica (Secom)

BRASÍLIA - O diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Alexsander Moreira, foi demitido pelo Governo Federal nesta segunda-feira. 

A demissão ocorre depois de uma operação da Polícia Federal apontar um grupo suspeito de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica.

A operação em Alagoas provocou forte crise entre o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL) e o Governo Lula. Isso porque um dos principais alvos da operação atua como assessor do parlamentar. 

Na Operação Hefesto, a PF investiga possíveis crimes ocorridos entre 2019 e 2022 na compra de kits de robótica para 43 municípios no estado de Alagoas com verba do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A investigação apontou que a licitação para compra dos kits incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. Segundo a PF, foram desviados com o esquema R$ 8,1 milhões.

Além do suposto direcionamento, os kits de robótica foram comprados por valores muito acima dos praticados no mercado.

O esquema já era alvo do Tribunal de Contas da União (TCU) desde 2022 quando determinou ao governo federal a suspensão dos contratos e os repasses para a compra dos kits.

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Crise

Na semana passada, quando a operação foi realizada, Arthur Lira chegou a fazer perguntas ao ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), sobre o caso. 

Dino admitiu ter sido questionado por Lira a respeito das investigações. 

“Falei o óbvio: ordem judicial. Sou senador, ele é o presidente da Câmara. Anormal se eu tivesse ido lá antes da operação policial, o que jamais ocorreria”, disse o ministro maranhense.

Logo em seguida, em entrevista ao Estúdio i, Lira afirmou não se sentir atingido ou pressionado pela operação. “Cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, explicou.

Ocorre que a operação foi realizada no período em que o Governo pressionava a Câmara Federal pela votação de Medida Provisória que reorganizava ministérios do Governo Lula. 

A votação ocorreu na madrugada do dia operação, no limite do prazo. 

Lula

Nesta segunda-feira o presidente Lula e Arthur Lira se reuniram no Palácio da Alvorada. O encontro durou uma hora – Lira chegou ao Alvorada por volta das 8h20 e deixou o local às 9h20. A reunião não constava na agenda oficial de ambos até as 9h30.

Esse foi o primeiro encontro presencial entre Lula e Lira desde a sequência de derrotas impostas pela Câmara ao Palácio do Planalto nas últimas semanas e a operação realizada pela PF em endereços ligados a Lira no estado de Alagoas.

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