Levantamento

Ministros de Lula deixaram governos nos estados com recordes de desmatamento do cerrado

Flávio Dino, Rui Costa e Wellington Dias foram governadores de Maranhão, Bahia e Piauí, respectivamente, onde houveram recordes de desmatamento.

Ipolítica, com informações da F. de São Paulo

Flávio Dino foi governador do Maranhão em período de recorde de desmatamento do cerrado (Paulo Soares)

BRASÍLIA - Pelo menos três ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixaram as gestões de seus estados com recordes de desmatamento do cerrado nos últimos 10 anos.

Tratam-se do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), ex-governador do Maranhão; Rui Costa (PT), ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia e o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT), ex-governador do Piauí.

Os dados são do Programa de Monitoramento do Desmatamento por Satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e diz respeito à devastação dos biomas brasileiros em sete estados cujos ex-governadores foram empossados ministros de Lula. 

Flávio Dino

Flávio Dino foi governador do Maranhão entre os anos de 2015 e 2022. No estado, o desmatamento do cerrado atingiu 2.834 km² no ano passado (quase cinco vezes a área da capital São Luís), como apontam imagens de satélites disponibilizadas pelo Prodes. O cálculo leva em consideração o intervalo entre agosto de 2021 e julho de 2022.

Maranhão foi o estado que liderou o desmatamento do cerrado, segundo o relatório, com a concentração de um quarto da devastação no último ano. A elevação foi de 24%, um recorde em 10 anos.

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Devastação

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Já na Bahia, do ex-governador Rui Costa, foram desmatados 1.428 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (quase o dobro da área de Salvador), um incremento de 54% em relação ao mesmo período anterior.

E no topo do desmatamento do cerrado está ainda o Piauí, com 1.189 km² desmatados de agosto de 2021 a julho de 2022 (quase a área de Teresina), mais do que o dobro do registrado no período anterior. O período compreende o governo de Wellington Dias. 

O avanço do desmatamento no Maranhão, na Bahia e no Piauí confirma a manutenção da frente de devastação intensificada a partir de 2005, na região conhecida como Matopiba, que inclui ainda o Tocantins, governado por Wanderlei Barbosa (Republicanos).

No estado da região Norte, também houve aumento da perda de vegetação em 2022. A perda do bioma no Tocantins foi de 2.128 km2 no ano passado, maior valor desde 2015, segundo os dados Inpe.

Esse arco de desmatamento do cerrado segue operante e até mesmo em ritmo crescente, como mostram os satélites do Inpe. O desmatamento em todo o bioma em 2022 chegou a 10.689 km², um aumento de 25,3% em relação ao período de 12 meses encerrado em julho de 2021.

Saiba Mais

Foi o jornal F. de São Paulo quem detalhou o cenário, ao analisar o histórico de desmatamento nas gestões de ex-governadores e que hoje atuam como ministros de Lula. Nenhum dos três ministros citados na reportagem se manifestaram sobre o tema. 

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