BRASÍLIA - Durante um café da manhã com jornalistas, nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar "convencido" de que as portas do Palácio do Planalto foram abertas para a entrada de terroristas que depredaram a sede do Poder Executivo - além do Legislativo e do Judiciário - nos atos antidemocráticos do último domingo (8).
O petista disse que está "esperando a poeira baixar" e que ainda quer ver com calma imagens registradas pelas câmeras de segurança instaladas nas sedes dos Três Poderes.
Na avaliação do chefe do Executivo, "muita gente" da Polícia Militar do Distrito Federal e das Forças Armadas foi "conivente".
"Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui. Nós vamos com muita calma investigar e ver o que aconteceu de verdade", declarou.
Lula também afirmou que pretende formar um "gabinete civil" após uma "triagem profunda" para identificar militares que porventura ocupem cargos no governo.
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"Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda, porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares, e nós queremos ver se a gente consegue corrigir para que a gente possa colocar funcionário de carreira, de preferência funcionários civis, ou que estavam aqui ou que foram afastados, para que isso aqui se transforme em um gabinete civil", afirmou Lula.
Questionado sobre a mobilização de aparato de segurança no Distrito Federal para proteger bens públicos, o presidente declarou que é necessária precaução, mas sem que isso crie clima de "pânico" na sociedade.
"A gente tem que estar precavido, mas não assustado. A gente tem que ter sempre consciência de que, se acontecer, a gente vai ter que estar preparado. A gente não tem que ficar falando toda hora isso, criando um clima de pânico na sociedade. Eu não me comporto assim", disse.
"Não brinquem com a democracia. A democracia garante o direito de você ter liberdade para tudo, mas ela não lhe dá o direito de ocupar o espaço do outro. Quando tentam fazer isso, estão passando por cima da Constituição. E nós seremos duros, duros em fazer com que a Constituição seja cumprida. Quem vacilar ou brincar, a lei será utilizada para proteger a democracia", completou.
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