Sumiço

Adolescente desaparecida no Piauí era amiga de jovem que cavou própria cova antes de ser morta no Maranhão, diz família

Desaparecida desde o dia 8 de março, em Teresina, a família de Gisele Vitória, de 17 anos, acredita que ela foi assassinada.

Imirante.com, com informações do G1

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Foto de Gisele Vitória em cova antes de, possivelmente, ter sido assassinada. (Foto: Divulgação)

TERESINA – Desaparecida há mais de 50 dias, a família da adolescente Gisele Vitória da Silva Sampaio, de 17 anos, falou sobre as últimas mensagens da jovem antes de desaparecer em Teresina, no Piauí, no dia 8 de março. De acordo com informações de parentes da menina, ela é amiga de Joyce Ellen, 16 anos, que foi obrigada a cavar a própria cova antes de ser assassinada, em 21 de março, em Timon, município a 429 km de São Luís.

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Segundo parentes de Gisele Vitória, em uma das mensagens, a menina pediu para ver o filho, de dois anos, e disse que seria morta. Até o momento, a família não tem informações sobre o paradeiro da jovem e pede ajuda para encontrá-la.

Além de Gisele Vitória, outras quatro jovens desapareceram ou foram mortas em menos de dois meses na capital piauiense e a polícia civil investiga os casos.

Desaparecimento

Gisele desapareceu no dia 8 de março, após sair da casa da avó, em um bairro na Zona Norte de Teresina. No último contato que fez com a família, por mensagens, ela afirmou que seria morta e pediu para ver o filho. "Cadê o meu filho? Vão me matar", foi a mensagem enviada por ela, segundo a mãe.

Ao portal G1, a família de Gisele disse que percebeu mudanças no comportamento da jovem antes mesmo dela desaparecer. Os parentes contaram que ela demonstrava estar angustiada e com medo, e havia revelado à mãe que estava sofrendo ameaças de morte, mas não quis dar detalhes sobre quem a estava ameaçando ou por quais motivos.

A família de Giselle acredita, também, que ela foi sequestrada e assassinada, e vê indícios da relação do desaparecimento com as mortes de outras duas adolescentes achadas enterradas em Timon, cidade que faz divisa com Teresina, cerca de duas semanas depois. Gisele era amiga de uma das meninas assassinadas, segundo a família.

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Investigação

Luana Alves, delegada titular do núcleo de feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que a família de Gisele Vitória ainda será chamada a depor, para iniciar as investigações.

A família da jovem recebeu informações de que o corpo de Gisele Vitória estaria enterrado próximo ao local onde Valdirene Melo de Jesus, de 27 anos, também foi achada morta, no dia 12 de abril, em Teresina, mas a polícia ainda não localizou.

Mortas após cavarem a própria cova

Joyce Ellen, de 16 anos, e Maria Eduarda, de 17 anos, foram achadas mortas em Timon, no dia 21 de março. As vítimas eram moradoras do conjunto Água Mineral, na Zona Norte de Teresina. Segundo a Polícia Civil do Maranhão e vídeo divulgados nas redes sociais, as duas adolescentes foram obrigadas a cavarem a própria cova onde forma enterradas, antes de serem mortas.

Joyce Ellen e Maria Eduardas cavaram a própria cova e depois foram torturadas e mortas. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

As investigações apontam que o duplo homicídio teria relação com briga de entre facções criminosas. "É típica de 'tribunais do crime' [vinganças praticadas por grupos criminosos] a maneira com que essas jovens foram assassinadas, tudo indica que foi isso. Mas nas investigações nós percebemos que elas não tinham ligação com facções, possivelmente elas se envolveram com alguém que teria ligação e isso gerou essa barbárie", contou o delegado Joelson Carvalho, titular da delegacia de homicídios de Timon.

Prisão

Uma mulher, que não teve a identidade revelada, foi presa no último dia 23 de abril, na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, suspeita de ser a mandante da morte de Joyce Ellen e Maria Eduarda.

A suspeita estava há uma semana em Carlos Barbosa, na casa de um namorado, que não tinha conhecimento sobre a morte das jovens.

Mulher foi presa no Rio Grande do Sul, no dia 23 de abril. (Foto: Divulgação / Polícia Civil do Rio Grande do Sul)

De acordo com a Polícia Civil, a suspeita era a pessoa responsável pela manutenção da "disciplina" das mulheres que integram uma facção criminosa. As duas vítimas não eram da facção, mas se relacionavam com pessoas que participavam dele. Investigações apontam que o "crime" das jovens teria sido morar em locais dominados por facções rivais e serem amigas, além de gravar vídeos fazendo os símbolos das duas facções com as mãos.

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