Após ataque

Indígenas desbloqueiam BR-226, entre Barra do Corda e Grajaú

Os índios realizaram a interdição da BR-226 na tarde desse sábado (7), após dois índios serem assassinados e outros três ficarem feridos.

Imirante.com, com informações da PRF-MA

Atualizada em 27/03/2022 às 11h10
Polícias Rodoviários federais realizaram o desbloqueio no fim da deste domingo (8)

BARRA DO CORDA - Por volta das 16h30 indígenas desbloquearam BR-226 no km 340, dentro do perímetro da reserva indígena Guajajara na aldeia Elbetel, entre os municípios de Barra do Corda e Grajaú. Os índios realizaram a interdição da BR-226 na tarde desse sábado (7), após dois índios serem assassinados e outros três ficarem feridos, vítimas de disparos de arma de fogo na rodovia.

Os mortos foram identificados como sendo os caciques Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara. Eles são da Terra Indígena Cana Brava e Lagoa Comprida.

Raimundo Bernice Guajajara, uma das vítimas do ataque na BR-226. Foto: Reprodução.

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Segundo agentes da Polícia Rodoviária Federal do Maranhão (PRF-MA), a interdição total causou um longo congestionamento, de cerca 1,5Km. A via foi bloqueada por índios da aldeia Elbetel e de outras aldeias vizinhas.

Estado de saúde dos índios internados:

Em nota divulgada neste domingo (8), o Governo do Maranhão informou o estado de saúde de dois índios que sobreviveram ao ataque desse sábado (7), na BR-226. Um deles deve receber alta ainda neste domingo e o outro está em estado grave.

"O indígena Nico Alfredo Guarajara encontra-se recebendo toda assistência médica no Hospital Macrorregional de Presidente Dutra. Ele deu entrada na unidade na noite de sábado (7), onde foi submetido a uma laparotomia exploratória e às correções de lesões na bexiga e intestino. O paciente encontra-se estável, porém ainda em estado considerado grave. Ele será submetido a novo procedimento cirúrgico na terça (10)".

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O estado também informa que a outra liderança ferida foi encaminhada à UPA de Barra do Corda, e corresponde bem ao tratamento, com "previsão de alta hospitalar ainda hoje".

O indígena Nico Alfredo Guarajara está internado em estado grave no Hospital Macro Regional no município de Presidente Dutra . Foto: Karlos Geromy / Secretaria de Saúde do Maranhão.

O que diz o governador:

No Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino, informou que os secretários de Segurança Pública e da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP) "estão pessoalmente presentes nos locais dos assassinatos" para "colaborar com as autoridades do governo federal e dialogar com as lideranças indígenas".

O governador do estado se pronunciou em seu perfil no Twitter. Foto: Reprodução.

Posicionamento da Funai:

A Fundação Nacional Nacional do Índio (Funai), em nota, lamentou o fato ocorrido na BR-226.

"Indígenas foram atingidos por tiros originados de um veículo Celta, de cor branca, e vidros espelhados. A equipe da FUNAI está na região, com os indígenas, providenciando o registro da ocorrência. A Secretaria de Estado de Segurança Pública foi acionada e já acompanha o caso, bem como a Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Foi cientificada a Polícia Federal que já investiga o caso".

Ministro da Justiça:

Pelo Twitter nesse sábado (7), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, lamentou o atentado e disse que a Funai e Polícia Federal foram acionadas e vão tomar as devidas providências.

"Lamento o atentado, ocorrido hoje no Maranhão, que terminou com dois índios guajajara mortos e outros feridos. Assim que soube dos tiros, a Funai foi até a aldeia tomar providências, junto com as autoridades do governo do Maranhão. A PF já enviou uma equipe ao local e irá investigar o crime e a sua motivação. Vamos avaliar a viabilidade do envio de equipe da Força Nacional à região. Nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares".

Ministro da Justiça, Sergio Moro, se pronunciou em seu perfil no Twitter. Foto: Reprodução.

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