BRASÍLIA - O Ministério da Saúde adverte que pode haver surto de dengue em 15 municípios brasileiros em 2007. O último Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), no entanto, detectou uma situação de menor perigo do que o anterior, que previu para este ano risco de surto em 24 cidades - a maior parte das contaminações ocorre no início do ano, de janeiro a maio.
A redução da possibilidade de surto, no entanto, não significa que menos pessoas estejam contraindo a doença. Neste ano, cerca de 280 mil já foram infectadas, o que representa um aumento de 26% em relação ao ano passado, segundo o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta. O número de mortes até o momento é de 61, o segundo maior na história do país, atrás apenas das 150 de 2002.
O ministério divulgou ontem (27) os dados referentes ao risco de surto, referentes a um levantamento realizado em 170 cidades. Itabuna (BA) apresenta o maior índice de infestação do país. Havia larvas do mosquito em 17 das 100 casas pesquisadas. Quatro municípíos baianos estão no grupo de risco, entre eles a capital Salvador. É o estado com mais cidades nesta situação. No ano passado, o recorde era do Rio de Janeiro, com sete municípios. Agora são dois: Queimados e a capital.
De acordo com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a pesquisa tem o objetivo de antecipar aos governos estaduais, municipais e à sociedade a situação da dengue no país. “A população é fundamental neste processo porque, por melhor que seja o trabalho da prefeitura, nunca haverá um agente em cada casa todos os dias do ano”.
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Segundo Barbosa, a divulgação dos dados é necessária para que o combate à doença aconteça antes da chegada do verão, época favorável para a reprodução do Aedes aegypti. “As medidas para evitar os focos do mosquito são simples, não precisa de tecnologia e inseticida. Basta colocar areia no prato do vaso de planta, já que esse é um dos grandes focos da doença. Verificar se a caixa d’água está bem tampada, se a calha que recolhe a água da chuva não entupiu com folhas, ou seja, medidas simples”.
Cerca de 81% dos municípios da região Sul apresentam controle satisfatório da doença, índice que cai para 39% no Nordeste, 36% no Norte e 30% no Centro-Oeste. No Sudeste o índice é de 50%, mas a região apresenta também o maior índice de cidades em estado de risco: 17%.
O secretário executivo afirmou que um dos motivos para o aumento no número de casos é a falta de envolvimento das prefeituras e da população local. “Todo município recebe esse estudo para que tome algumas medidas especiais. O prefeito deve reunir de imediato o secretário de saúde, o de limpeza urbana, o de educação e tomar medidas. Limpar as ruas, mobilizar a comunidade, as escolas, as igrejas porque com o trabalho combinado em duas ou três semanas, se consegue reduzir drasticamente os índices de infestação do mosquito”.
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