Dengue hemorrágica avança na capital

Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h13

Oitenta casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) foram registrados de janeiro ao início deste mês em São Luís, pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus). A doença é a forma mais severa da dengue, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Até o fim do ano, a capital maranhense deve chegar a 100 casos de FHD, número três vezes maior que o notificado no mesmo período do ano passado. As crianças são as que mais inspiram cuidados com a proliferação da doença, que tende a crescer no período chuvoso.

Segundo as autoridades de saúde, o quadro é preocupante. Só não é pior porque, oficialmente, nenhuma morte em decorrência da dengue foi notificada na capital nos últimos 10 meses. Em 2005, quatro pessoas foram a óbito na capital em razão da doença. Já no Brasil, este ano, houve um crescimento, com 61 mortes. O número é o segundo maior da história, ficando atrás apenas dos registros de 2002, quando 150 pessoas morreram por causa de complicações causadas pela dengue.

O coordenador do Programa de Controle da Dengue da Semus, Pedro Tavares, informou que o aumento no número de casos da FHD era esperado, uma vez que circulam na cidade os tipos 1, 2 e 3 da dengue. “A contaminação com um ou mais tipos da doença é um dos fatores determinantes para a ocorrência da dengue hemorrágica”, explicou Tavares.

Como as crianças passam a maior parte do tempo em casa, nos horários em que o mosquito costuma sair para se alimentar – das 7h às 9h e das 17h às 19h –, elas têm sido alvos fáceis para a contaminação. “Além disso, as crianças têm o sistema imunológico mais frágil por estar em formação. Por isso, sofrem mais com a dengue”, complementou o coordenador.

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A orientação repassada por Pedro Tavares é que, ao menor sinal da doença na criança – febre, falta de apetite, dores nas articulações e, em alguns casos, manchas vermelhas no corpo -, os pais devem levá-la imediatamente ao posto de saúde mais próximo. Para evitar que a dengue cause o óbito, a Prefeitura de São Luís, por meio da Semus, vem intensificado o trabalho de capacitação dos profissionais da área de saúde, sobretudo médicos e enfermeiros, com destaque especial para os pediatras. “Nós pedimos aos pais que evitem a auto-medicação”, destacou Tavares.

De janeiro até o início de novembro deste ano, foram notificados em São Luís 923 casos de dengue e 80 de FHD, enquanto que, ano passado, a Semus contabilizou 2.689 casos de dengue e 38 de dengue hemorrágica. “Com uma rede estruturada, temos condições de evitar as mortes por dengue”, afirmou Pedro Tavares.

Coroadinho, Cidade Olímpica, Cidade Operária, Túnel do Sacavém e o Centro foram os bairros onde mais houve registro da doença. Como 80% dos criadouros do mosquito estão em ambientes domiciliares, a Semus está mobilizando os sete distritos sanitários da capital para, em conjunto, realizarem, no próximo dia 18, o Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue. Nessa data, a população será mais uma vez orientada a evitar água parada em latas, embalagens plásticas, pneus e vasos; limpar tonéis e tanques e tampar caixas d’água.

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