Bumba Meu Boi

Artista homenageia cantadores de Bumba Meu Boi com painéis gigantes pelo estado

Gil Leros homenageia grandes mestres do Maranhão.

Cainã Oliveira / Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Mestre Humberto de Maracanã, graffitado na galeria Trapiche, na Praia Grande, em São Luís, em 2016. (Foto: Divulgação)

Não é segredo para ninguém que o Bumba Meu Boi é a maior manifestação cultural do estado. Tendo isso em mente, o artista Gil Leros lançou o seu novo projeto que se chama "Amo, Poeta e Cantador": Murais de Memória pelo Maranhão". Através deste projeto, Gil pretende espalhar 10 grandes murais de grafite pelo estado em homenagem a história de grandes poetas e cantadores do Bumba Meu Boi do Maranhão.

O artista se inspirou nos painéis de “graffiti in memorian”, muito comuns nos EUA, que são painéis feitos em homenagem a MC’s, DJ’s e personalidades da cultura Hip Hop, presentes em bairros de periferia de cidades consideradas berços desta cultura.

Mestre Zé Olhinho, pintado em São José do Rio Preto - São Paulo, em 2015. (Foto: divulgação)

Os murais confeccionados por Gil têm um tamanho mínimo de 5 metros de altura e são 10 ao todo. O primeiro mural está sendo construído no bairro da Liberdade em homenagem ao Mestre Leonardo, um dos fundadores do Boi da Liberdade. A previsão de término é para esta sexta-feira (23).

Além dos murais, também será produzido um documentário sobre o projeto que acontece entre os meses de abril e agosto. Os painéis servirão ainda para contar a trajetória dos cantadores de Bumba Meu boi. Dos 10 murais, 4 ficarão instalados em São Luís, e os demais em: Axixá, Barreirinhas, Cururupu, Guimarães, São José de Ribamar e Viana.

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A manifestação cultural Bumba Meu Boi tem como liderança a figura do Amo, mestre Poeta e Cantador, que tem como função liderar e embalar a brincadeira com suas toadas, pois são pessoas simples que dedicam suas vidas à cultura popular do Maranhão, personalidades que merecem atenção e reconhecimento pelos feitos em vida.

Segundo Gil, o projeto tem como interesse atingir e informar os jovens da importância que os amos têm para continuidade da principal manifestação cultural do estado, que é o Bumba Meu Boi. "A ideia é da gente fazer um resgate da memória desses mestres, das pessoas começarem a reconhecer eles no cotidiano, nas paisagens da cidade. Ver a existência deles, querer saber quem é e saber que um dia esse mestre cantou e lutou pela cultura popular maranhense", afirmou o artista.

Para que pudesse sair do papel, foi realizada uma campanha de arrecadação no modelo Machfunding, que é quando ocorre um financiamento coletivo. Todos os fundos arrecadados entre os meses de outubro e dezembro de 2020 foram triplicados por pessoas físicas e jurídicas, empresas e instituições, conseguindo custear o projeto.

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