Há 3 desaparecidos

Queda de ponte: buscas podem ser suspensas hoje, caso não haja avanços na localização de desaparecidos

De acordo com a Marinha, os trabalhos no Rio Tocantins poderão ser retomados “caso surjam novas informações concretas".

Imirante, com informações da Marinha do Brasil

Atualizada em 07/01/2025 às 07h10
As buscas continuam no Rio Tocantins nesta terça-feira (7). (Foto: Reprodução/TV Globo)

ESTREITO - A Marinha informou que, se até o fim desta terça-feira (7) a Força-Tarefa não descobrir novos indícios que levem à localização dos últimos desaparecidos após o colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, as operações serão suspensas.

De acordo com o órgão, os trabalhos de busca poderão ser retomados “caso surjam novas informações concretas que contribuam para a localização das vítimas”, diz nota.

A Marinha acrescentou que a Força-Tarefa de busca e resgate às vítimas do desabamento da ponte entre os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) iniciou, desde o domingo (5), nova varredura minuciosa no leito do Rio Tocantins, abrangendo a área sob a ponte e suas adjacências. 

Ainda segundo a nota da Marinha, as operações contam com a utilização de embarcações, drones subaquáticos e aéreos, além do empenho de uma equipe de 64 mergulhadores especializados, composta por militares da Marinha do Brasil, Corpos de Bombeiros dos estados do Maranhão, Tocantins, Pará, São Paulo e Distrito Federal, com o apoio de instituições como a Petrobras/Transpetro.

Desde o início das operações, a Força-Tarefa concentrou esforços nas áreas com maior probabilidade de localização das vítimas, especialmente nas proximidades dos veículos e escombros. Até o momento, das 17 pessoas desaparecidas, foram confirmadas 14 mortes, e houve ainda o resgate de um sobrevivente. Atualmente, três pessoas seguem desaparecidas. 

A Marinha explicou também que nesta quarta-feira (8) ocorrerá a abertura das comportas da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito. Veja o que diz o trecho da nota: 

“Após a conclusão da primeira fase das buscas, as equipes foram reorganizadas e iniciaram uma nova varredura. Com o inestimável apoio do Consórcio Estreito Energia (CESTE), foi possível obter uma nova janela de mergulho prevista para o dia 7 de janeiro, permitindo a conclusão de um ciclo técnico que elimina quaisquer lacunas nas áreas já exploradas. 

Entretanto, a partir do dia 8 de janeiro, será necessário realizar a abertura das comportas da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito, em razão do aumento do nível do reservatório e do regime de chuvas na região. Essa medida é indispensável para garantir a segurança da usina e das comunidades que vivem em seu entorno”.

Mesmo após a suspensão das buscas, a Marinha informou que “seguirá na área desempenhando as funções e atribuições conferidas à Autoridade Marítima, como a fiscalização da operação de balsas e demais embarcações, focando na proteção da vida humana, na segurança da navegação e na prevenção da poluição hídrica”, diz a nota. 

“A Marinha do Brasil se solidariza com os familiares e amigos das vítimas e coloca, à disposição do cidadão, os telefones do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185), da Capitania dos Portos do Maranhão, 0800-098-8432 e (98) 2107-0121, e da Agência Fluvial de Imperatriz, (99) 3525-3391, para receber informações a respeito de qualquer situação que possa comprometer a salvaguarda da vida humana nas vias navegáveis ou que represente risco de poluição ambiental”, finaliza o órgão. 

Vazamento em tanques com ácido sulfúrico

Nessa segunda-feira (6) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) informou que os tanques com ácido sulfúrico no leito do rio Tocantins apresentaram um pequeno vazamento. Não há a confirmação exata do quanto vazou, porém o volume derramado ainda não gera grandes preocupações.

Ao todo, são 76 toneladas de ácido sulfúrico que caíram no rio, junto com caminhões, após o desabamento da ponte JK no dia 22 de dezembro de 2024.

Se todo o ácido fosse derramado no rio, haveria um grande dano ambiental. Mas, até o final de 2024, a informação oficial era que a carga tinha ficado intacta no fundo do rio, de acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Maranhão (Sema).

No entanto, desde o dia 1º de janeiro há a suspeita de que parte do ácido foi derramado no rio e a confirmação veio por mergulhadores das empresas contratadas para retirar a carga, segundo o Ibama. A suspeita é que as correntezas do rio podem ter provocado o vazamento.

Apesar do susto, o Ibama informou que a carga derramada já teria sido diluída na água e não apresenta grandes preocupações. Ainda assim, o risco de dano ambiental só será totalmente eliminado após a retirada dos tanques do rio, o que pode levar até 1 mês, por causa da dificuldade na operação e outros fatores, como a prioridade dada ao resgate dos desaparecidos.

Vítimas localizadas e resgatadas

  • Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos, era natural de Estreito (MA) mas morava em Aguiarnópolis (TO). O corpo dela foi localizado no domingo (22);
  • Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos. O corpo dela foi localizado na terça-feira (24). Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, que saiu de Dom Eliseu (PA) e que caiu no rio Tocantins;
  • Kécio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. O corpo dele foi localizado na terça-feira (24). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;
  • Andreia Maria de Souza, de 45 anos. O corpo foi encontrado na terça-feira (24). Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico;
  • Anisio Padilha Soares, de 43 anos. O corpo dele foi localizado na quarta-feira (25);
  • Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos. O corpo dela foi localizado na quarta-feira (25);
  • Elisangela Santos das Chagas, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado por mergulhadores na manhã da quinta-feira (26). Ela estava em uma caminhonete, junto com o marido, o vereador Alison Gomes Carneiro (PSD);
  • Rosimarina da Silva Carvalho, de 48 anos. O corpo dela foi localizado também na quinta (26);
  • Alison Gomes Carneiro, de 57 anos. O vereador do PSD teve o corpo localizado na manhã de domingo (29). Ele estava na caminhonete com a esposa, Elisangela Santos, que também morreu na tragédia.
  • Cássia de Sousa Tavares, de 34 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31) e estava dentro de um veículo. Ela viajava com a filha, Cecília de três anos e o marido, Jairo Silva Rodrigues. Apenas ele sobreviveu a tragédia.
  • Cecília Tavares Rodrigues, de 3 anos. O corpo dela foi retirado do rio na terça-feira (31). A menina viajava com a mãe, Cássia e com o pai, Jairo Silva Rodrigues.
  • Beroaldo dos Santos, de 56 anos. O corpo foi localizado em uma cabine de um caminhão. A vítima foi retirada da água no fim da manhã de quarta-feira (1º).
  • Marçon Glei ferreira, de 42 anos. O corpo dele foi encontrado no rio Tocantins, na manhã de sexta-feira (3).
  • Na manhã de sábado (4), um corpo foi encontrado no rio Tocantins, mas ainda não foi identificado.

 

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