Procurador-geral do Maranhão defende manutenção do afastamento de Antônio Américo da FMF no STF
Em manifestação enviada ao Supremo, Danilo José Castro Ferreira pede que sejam mantidas as decisões da ação civil pública que retiraram o dirigente do comando da Federação Maranhense de Futebol (FMF).
SÃO LUÍS - Enquanto é aguardada a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, sobre o pedido de medida provisória apresentado pelo presidente afastado da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Antônio Américo, para retomar o comando da entidade, novas movimentações jurídicas e revelações financeiras seguem acontecendo. Agora o procurador-geral de Justiça do Maranhão, Danilo José Castro Ferreira, apresentou uma contestação à reclamação de Américo que tramita no STF, defendendo que todas as decisões proferidas na ação civil pública que afastou o dirigente sejam mantidas.
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Relatório aponta transferências da FMF para familiares de Antônio Américo e dívidas milionárias
Em despacho anterior, Flávio Dino havia suspendido as ações da junta interventora da FMF até analisar o pedido de Américo. A expectativa é que o ministro divulgue sua decisão ainda nesta semana.
Relatório da interventora aponta saques e transferências suspeitas
As novas movimentações no processo ocorrem após a divulgação de um relatório parcial elaborado pela interventora Susan Lucena, que identificou mais de R$ 2 milhões em saques e transferências consideradas suspeitas durante a gestão de Américo.
Segundo o documento, apenas em 2025 foram sacados R$ 1.705.243,33 em espécie, além de R$ 345.828,20 transferidos a familiares do dirigente. No total, os valores somam R$ 2.051.071,53.
A junta interventora aponta indícios de confusão patrimonial entre a Federação Maranhense de Futebol e o Instituto Maranhense de Futebol, além de pagamentos sem comprovação de serviços prestados.
“As transferências foram feitas de forma transparente e legal. Tenho como provar, mas somente o farei em juízo. Quanto aos saques, posso afirmar que não fiz nenhum”, afirmou Américo.
Dívidas da FMF superam R$ 3 milhões, diz relatório
O relatório apresentado por Susan Lucena também revelou um quadro financeiro preocupante na FMF. A entidade possui 82 inscrições na Dívida Ativa da União e do FGTS, totalizando R$ 2.177.694,27, além de dívidas com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que chegam a R$ 1.434.347,00.
Além disso, foram identificadas dívidas condominiais no valor de R$ 19.709,60.
Principais valores apontados pelo relatório:
R$ 1.705.243,33 em saques em espécie;
R$ 345.828,20 em transferências a familiares;
R$ 2.177.694,27 em dívidas na União e FGTS;
R$ 1.434.347,00 na PGFN;
R$ 19.709,60 em dívidas condominiais.
Reforma estatutária e novas eleições da FMF
A junta interventora da Federação Maranhense de Futebol também apresentou um cronograma de reforma do estatuto e novas eleições para a diretoria da entidade.
De acordo com a documentação entregue, a eleição da nova diretoria está prevista para o dia 3 de novembro de 2025, após a conclusão da auditoria e das alterações estatutárias.
Entenda o caso
O Ministério Público do Maranhão (MPMA) ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Federação Maranhense de Futebol (FMF) e o Instituto Maranhense de Futebol (IMF), alegando irregularidades na gestão, falta de transparência e possível desvio de finalidade institucional.
Segundo o MP, 17 dirigentes foram denunciados, entre eles:
Antônio Américo Lobato Gonçalves, presidente afastado da FMF;
Sílvio Arley Brito Fonseca, presidente do IMF.
A ação, que tramita na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, tem valor de causa fixado em R$ 2 milhões e resultou no afastamento de todos os dirigentes e na nomeação da junta interventora, atualmente responsável pela administração provisória da federação.
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