Eleições 2022

Candidato do PCB defende fim da propriedade privada no Maranhão

Frankle Lima afirmou que a universalização dos serviços públicos só pode ser conseguida pela absolvição de todos os setores da economia pelo governo

José Linhares Jr

Atualizada em 18/08/2022 às 12h25
Frankle Lima foi o último entrvistado na série de sabatinas com candidatos ao governo do Maranhão (Juliana Soares)

SÃO LUÍS - Na manhã desta quinta (18) os jornalistas do Imirante.com sabatinaram o candidato do PCB ao governo do estado, Frankle Lima. Esta foi a última entrevista entre todos os postulantes ao cargo de governador do Maranhão. A pedido do candidato, a sabatina que deveria ter uma hora foi diminuída para apenas 40 minutos. 

O primeiro tema sorteado foi comunidades tradicionais. A jornalista Carla Lima questionou o candidato sobre a questão habitacional no Coqueiro, quando a comunidade foi despejada pelo governo estadual para a locação de um empreendimento. O candidato iniciou sua resposta afirmando que pretende fazer uma gestão que combata os empreendimentos no estado. “A gente não vai de forma alguma deixar que os grandes projetos avancem com o intuito de varrer as comunidades tradicionais”, disse.

A segunda pergunta foi feita pelo jornalista Gilberto Léda, que insistiu do candidato maiores explicações sobre o combate aos grandes investimentos. Frankle Lima criticou a concentração de riquezas nas mãos de poucos e disse que os serviços públicos, que deveriam ser prioridade, estão colapsados. 

Frankle Lima atacou o direito de propriedade privada afirmando que apenas por meio do poder popular que o estado poderá alcançar a universalização dos serviços públicos. “Por isso temos uma necessidade de combater o avanço do agronegócio”, disse.

Questionado sobre a sugestão de confrontar a própria Constituição com seu plano de governo pelo jornalista Ronaldo Rocha, Frankle Lima defendeu seu ponto de vista desacreditando o modelo de democracia atual. “A democracia burguesa é restrita, ela não é para todos”, afirmou.

O segundo tema sorteado foi turismo. Carla Lima buscou explicações do candidato sobre que medidas tomar para fazer funcionar o mercado de turismo, uma atividade capitalista, com sua gestão socialista. Frankle Lima acusou o atual sistema de excluir a classe trabalhadora do turismo. “A massa trabalhadora não tem acesso ao turismo porque não tem dinheiro para as necessidades mínimas”, disse.

Como proposta para o setor, o candidato do PCB afirmou que pretende subsidiar o setor de turismo. Com o governo assumindo papel de protagonismo e custeando o acesso dos trabalhadores aos serviços.

Gilberto Léda pontuou a ausência de propostas para o turismo no plano de governo do candidato e reforçou a pergunta anterior. “Vamos democratizar o acesso ao turismo. Mas, para isso temos que dar garantia de logística”, disse.

Frankle manteve sua posição de colocar o estado como protagonista no setor. Garantindo a oferta e assegurando a demanda.

Durante a resposta, o candidato falou que as políticas de turismo seriam posteriores em seu governo. Frankle defendeu o combate à fome e extrema pobreza como prioridade. Uma gestão que tivesse na construção civil, mais especificamente na construção de casas populares, o impulso para geração de emprego e renda. As políticas de turismo ficariam, assim, para um segundo momento. “No governo comunista do PCB, o povo vai participar diretamente da construção de casas populares”, disse.

O terceiro tema sorteado foi administração pública. Carla Lima falou sobre o tamanho exagerado da máquina pública na atualidade e perguntou por soluções. O candidato apontou a prática de indicação de apadrinhados políticos como principal causa para o inchaço da máquina. “No governo comunista do PCB as secretarias não serão cabides de emprego. Apenas trabalhadores capacitados irão assumir essas vagas”, disse.

Frankle Lima propôs ainda um amplo programa de concursos públicos com ênfase na saúde para melhorar o sistema de saúde do estado.

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Gilberto Léda apontou a proposta de renegociação da dívida pública com suspensão do pagamento de juros e pediu explicações sobre a ação, uma vez que ela fere a legislação federal. O candidato disse que sua proposta está ligada diretamente à candidatura do PCO à presidência. Ele acredita que a união popular entre as gestões pode devolver o protagonismo ao Banco Central e assegurar as medidas necessárias para o cumprimento da proposta. “Vamos revogar todos esses pacotes de maldades. Como reforma da previdência e reforma trabalhista”, disse.

O tema sorteado posteriormente foi cultura. Carla Lima questionou os altos investimentos em grandes shows de cultura. Para Frankle Lima, a indústria cultural começou a se apossar de recursos públicos. O candidato afirmou que a produção de cultura foi substituída pela mercantilização. “É melhor contratar médicos e comprar remédios ou contratar um grande show?”.

Ronaldo Rocha tentou saber do candidato qual a opinião dele sobre as chamadas parcerias público-privadas que hoje permeiam o setor de cultura no estado. E qual o lugar do trabalhador dentro dessa estrutura. “O trabalhador é o assalariado, trabalhador de base. É claro que um trabalhador de classe média tem condição de consumir melhores matérias. Mas, os pequenos não tem incentivo”, disse.

O candidato afirmou que os empresários não teriam nenhuma política pública e nem incentivo do governo. 

Sobre as parcerias público-privadas, Frankle afirmou que elas existem para saquear os fundos públicos. E sua gestão não irá apoiar essas iniciativas.

Gilberto Léda questionou sobre a proposta de criação de espaços culturais que existe dentro do plano de governo do candidato do PCO. Frankle Lima pontou a falta de espaços para os trabalhadores da cultura que, segundo ele, ficam mendigando pelo estado. Neste aspecto, o governo iria assumir a responsabilidade de garantir a estes trabalhadores espaços que os inserissem no mercado de trabalho.

O último tema sorteado foi saúde. Carla Lima questionou o candidato sobre que tipo de estrutura seria criada pelo governo em relação ao sistema que coloca a saúde como dependente das esferas municipal, estadual e federal. 

Para Frankle Lima, a saúde deve ser 100% pública e estatal. “O estado não faz mais concurso público, é tudo terceirizado”, disse. Ele finalizou afirmando que pretende estatizar todo o setor.

Em suas considerações finais, Frankle Lima prometeu acabar com isenções fiscais para grandes grupos e beneficiar apenas pequenos produtores e empresários com a medida. “Apenas pelo socialismo podemos mudar esse estado de coisas que está aí”, finalizou.  

 

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