RIO DE JANEIRO - A disputa entre o Flamengo e a Libra ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (15). Em entrevista ao UOL, o presidente rubro-negro Luiz Eduardo Baptista, o Bap, fez duras críticas à liga e à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, acusando o bloco de exclusão e falta de transparência nas negociações sobre a divisão de receitas de televisão.
Segundo Bap, o Flamengo tentou chegar a um acordo por meses antes de recorrer à Justiça. O clube conseguiu uma liminar que suspende a divisão dos valores de pay-per-view até que haja uma definição sobre os critérios de repartição.
“Nós tentamos isso durante oito meses. Eles só prestaram atenção quando entramos na Justiça. Há pontos claros e favoráveis ao Flamengo, bastava ler o contrato. Me surpreende a postura sectária e excludente que tiveram. Em nenhum momento quiseram discutir qualquer detalhe da fórmula”, declarou o dirigente.
“A Libra é verde”, diz Bap
O presidente do Flamengo também questionou a imparcialidade da Libra e apontou uma suposta influência do Palmeiras nas decisões do bloco. Ele acusou o advogado André Sica, representante jurídico da Libra, de ter ligações diretas com o clube paulista.
“O advogado da Libra é advogado do Palmeiras. O escritório dele entrou com o agravo da Libra contra o Flamengo. Isso é um conflito evidente. A Libra é verde. A Libra é palmeirense”, afirmou.
Bap ainda criticou a atuação de Leila Pereira e a influência dela no grupo.
“A relação com a Leila era boa até certo momento. Ela é ótima quando você concorda com tudo o que ela quer. O Flamengo nunca quis sair da Libra. Sempre defendeu a união dos clubes e a lei do mandante, mas alguns pensam apenas em aparecer e tirar vantagem”, disse.
Libra evita responder
Procurada pelo portal ge, a Libra informou que não vai se manifestar sobre as declarações do presidente do Flamengo.
Entenda o impasse
A criação da liga nacional de clubes divide atualmente os times da Série A em dois blocos:
Libra – que reúne Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos;
Liga Forte União (LFU) – formada por clubes como Internacional, Athletico-PR, Botafogo e Coritiba.
O principal ponto de discórdia está na divisão das receitas. O Flamengo questiona os critérios de rateio da Libra e afirma que o modelo de audiência está incompleto e depende de aprovação unânime dos clubes.
Proposta de divisão da Libra
Igualitário (40%) – distribuído igualmente entre os clubes da Série A filiados à Libra;
Performance (30%) – calculado de acordo com a posição final no Brasileirão (do 9,5% para o campeão a 1,25% para os rebaixados);
Audiência (30%) – baseado nos índices de audiência, conforme o estatuto da Libra.
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