SÃO LUÍS – Nem sempre vencer no esporte e na vida são objetivos tão fáceis de serem alcançados. Isso não significa ser impossível de conseguir estas vitórias. Prova disso é a Joelma das Neves Sousa, atleta que disputará os Jogos Olímpicos pela segunda vez na vida. Para competir na Olimpíada do Rio, esta timonense teve de superar adversárias dentro das pistas de atletismo e vencer um tumor maligno no ovário. A superação sempre fez parte de sua vida.
E, dando continuidade à série especial de entrevistas com atletas olímpicos, o Imirante Esporte conversou, com exclusividade, com esta maranhense que terá a missão de levar o nome de Timon, do Maranhão e do Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro. Joelma competirá na prova dos 4 x 400m e acredita ser possível conseguir um bom resultado no evento.
Aproveite a oportunidade e conheça um pouco mais desta maranhense que representará o Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro com o sonho de ver o esporte ser mais valorizado no país. Confira, abaixo, a entrevista completa com Joelma das Neves.
IMIRANTE.COM: Como você descobriu o atletismo? Como foi o início da sua vida no esporte?
JOELMA DAS NEVES: Através da minha irmã Joseline, que já frequentava a escolinha de atletismo em Timon. Ela me convidou para ir conhecer e fazer um teste, juntamente com o treinador Antônio Nilson, que ainda hoje continua o trabalho de iniciação.
IMIRANTE.COM: O que passa pela cabeça de uma maranhense que ganhou destaque no esporte correndo pelo Piauí? Como você lidou com essa situação de competir por um outro Estado? Foi algo fácil ou difícil de lidar?
JOELMA DAS NEVES: Difícil porque o atletismo não é um esporte tradicional como o futebol e não tinha investimentos necessários para a prática da modalidade. Feliz por ser referência da modalidade e de ter participado de competições por vários anos. Reagi normalmente porque estava em busca dos meus objetivos, de poder mostrar meu trabalho e realizar meus sonhos.
IMIRANTE.COM: A vida de um atleta não é apenas um mar de rosas. Além das vitórias, o atleta lida com derrotas, decepções e inúmeras dificuldades. O que você mais valoriza nestes anos de atletismo levando em conta tudo o que você passou para chegar a sua segunda Olimpíada? Você se sente uma mulher realizada?
JOELMA DAS NEVES: O que mais valorizo em todos esses anos é a experiência, aprendizados, amizades. Sim, me sinto realizada porque mesmo passando por várias dificuldades, lutei e venho lutando para continuar realizando meus sonhos.
IMIRANTE.COM: A sua história é muito bonita. Você superou um tumor maligno no ovário em 2011 e segue sendo uma atleta de ponta. Isso significa que você é duplamente uma vencedora. O que este problema de saúde mudou a tua forma de ver as coisas, as relações das pessoas e o teu jeito de ser? De onde você encontrou forças para vencer a doença?
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JOELMA DAS NEVES: Não mudou em nada, apenas me deu mais forças para nos momentos de dificuldades poder seguir. Encontrei forças em Deus e em minha família.
IMIRANTE.COM: O Maranhão tem poucos atletas que conseguiram chegar às Olimpíadas. No entanto, em 2016 o curioso é que três atletas maranhenses que estarão na Rio 2016 são de Codó e de Timon, cidades de uma mesma região. Além de você, tem a Cristiane Santos e o José Carlos Moreira. O que tem de tão especial na Região dos Cocais para revelar tão bons corredores? Qual é o segredo do sucesso destas cidades?
JOELMA DAS NEVES: Acho que o segredo não está na cidade, e sim na persistência dos atletas em vencer.
IMIRANTE.COM: O que mais te marcou na Olimpíada que você participou? Qual a diferença de uma Olimpíada para as demais competições internacionais? Por que a Olimpíada é tão especial?
JOELMA DAS NEVES: De estar em um local com os melhores e você ser um dos melhores do seu país. O espírito da competição é diferente, a estrutura, os países, a cultura, sem falar que é o maior evento do mundo onde se encontra os melhores. É o sonho de qualquer atleta ser olímpico.
IMIRANTE.COM: O que podemos esperar do revezamento 4 x 400m feminino do Brasil na Olimpíada? Conquistar uma medalha nesta prova é um sonho distante ou algo que pode realmente acontecer?
JOELMA DAS NEVES: Os melhores resultados possíveis, não só do revezamento, mas do atletismo brasileiro. Primeiro, vamos pensar em garantir vaga na final. A medalha será uma consequência, pois, em uma final, tudo pode acontecer.
IMIRANTE.COM: Como você vê o desenvolvimento do esporte no país, especialmente no Maranhão? Você acha que os governos estão conseguindo criar políticas públicas para o esporte? Como uma criança pode conhecer o esporte se faltam espaços públicos, projetos?
JOELMA DAS NEVES: O país precisa investir muito na base dos atletas, pois onde a maioria tem dificuldades em desenvolver seu talento. Existem políticas públicas, porém ainda não o suficiente para dar suporte aos atletas que querem chegar ao alto rendimento. Se não existir esses projetos não tem como a criança conhecer e se interessar a praticar.
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