SÃO PAULO - No primeiro encontro da CPI das Torcidas Organizadas em 2016, não foram os torcedores das principais agremiações paulistas que compareceram à Câmara Municipal de São Paulo. Após ouvir as principais organizadas dos quatro grandes paulistas, o presidente da CPI Laércio Benko (PHS) decidiu dar voz aos especialistas para seguir analisando o processo.
Em reunião na última quarta-feira, o professor Felipe Tavares Paes Lopes, da Universidade Federal de Sorocaba, esteve presente para debater a necessidade de mudar a concepção cultural em torno do futebol e tentar explicar o porquê de 84,5% das pessoas, segundo empresa especializada no mercado do esporte, relacionarem torcidas organizadas à violência.
“O Brasil, historicamente, aposta na repressão e isso não resolve. É necessário reorganizar e prevenir todo o evento esportivo por meio de medidas sociopedagógicas”, determinou o estudioso, que citou, como exemplo, políticas públicas que solucionaram problemáticas na Alemanha e na Inglaterra.
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“A Alemanha tem um projeto que aposta na questão da educação e na mediação de conflitos com educadores e assistentes sociais. Vi um exemplo em que um torcedor estava sem emprego e uma das profissionais do projeto o ajudou. Na Inglaterra, só resolveram a situação quando mudaram a postura repressiva”, contou.
No entanto, não deve vir da academia a busca por soluções. “A CBF deve participar desse processo de transformação porque os organizadores têm uma participação nisso tudo. Fazer a prevenção significa basicamente transformar culturalmente e isso é possível a partir do investimento na educação”, declarou.
A próxima reunião da CPI do Futebol acontecerá no dia 16 de março, uma quarta-feira, pela manhã. De acordo com a assessoria do presidente Laércio Benko, que toma frente da questão ao lado do vereador Conte Lopes – ex-policial da Rota e completamente avesso à presença das organizadas -, ainda não foi definido o tema nem o convidado para compor a discussão.
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