SÃO LUÍS — O escritor S. Barreto lançou o livro de contos “As Quatro Estações”, obra que marca o início de uma fase importante em sua trajetória literária. Seguindo o formato habitual de seus volumes anteriores, o autor apresenta quatro histórias, desta vez permeadas por um forte simbolismo associado ao número quatro.
O conto que dá nome ao livro é o destaque da edição. Nele, Barreto narra as desventuras de Dona Violeta, uma senhora que já foi aristocrata e agora enfrenta o avanço de uma doença degenerativa mental, enquanto lida com a negligência dos quatro filhos, cada um vivendo em uma cidade diferente. O texto é apontado como um dos mais intensos da carreira do autor.
Os outros três contos reforçam características recorrentes em sua ficção, como o humor, o absurdo e a crítica social. São eles: “Reflexões de um garçom bom”, “Descrição de um corpo morto” e “Declaração Intergalática do Bilênio pela Vida e Paz entre os Humanos (Que Ainda Restam)”.
Obra carrega valor afetivo e marca pausa criativa
Na epígrafe, S. Barreto dedica o livro “a todas as matriarcas e avós do mundo”, com menção especial às suas próprias avós, Elza Pires e Margarida Barreto. O texto também funciona como reflexão sobre a redução da convivência intergeracional na modernidade.
Prolífico, o autor possui obras nos campos da pesquisa, ensaios, biografias e ficção. Entre seus livros já publicados estão “Pecados Consolados”, “Uma vida perfeita e outros contozinhos”, “Absurdidades”, “O Circo e outros contos”, “Discursos Mudos” e “Escandescências”.
Sua produção já despertou interesse da comunidade acadêmica e foi tema do artigo científico “ENTRE O ABSURDO E O FANTÁSTICO: o existencialismo niilista nos contos de S. Barreto”, publicado em 2025.
Além disso, o autor tem investido em acessibilidade ao disponibilizar audiobooks gratuitos de seus contos em seu canal no YouTube.
Segundo Barreto, “As Quatro Estações” será um marco por seu valor simbólico e emocional, além de representar sua última obra antes de uma pausa de quatro anos. O autor pretende se dedicar integralmente ao doutorado em Literatura e, ao fim do período, trabalhar em seu primeiro romance de grande fôlego e em um novo livro de ensaios.
O prefácio é assinado pelo poeta e romancista Paulo Ricardo Geraldelli, que definiu a obra como “prosa enérgica e criativa” e destacou sua capacidade de provocar reflexões morais no leitor.
As versões digitais de seus livros estão disponíveis gratuitamente na internet, enquanto exemplares impressos podem ser adquiridos em plataformas de venda online.
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