SÃO LUÍS 413 ANOS

Eco-tesouro em São Luís: um roteiro para "caçar" as árvores da cidade

Do Babaçu à Palmeira Imperial, descubra as histórias, os usos e as curiosidades da flora que emoldura as ruas e praças do Centro Histórico.

Gabrielle Siebra/Imirante

SÃO LUÍS - Com o aniversário de 413 anos da capital maranhense inspirando novos olhares sobre a cidade, que tal trocar os roteiros convencionais por um passeio que mistura ecologia e uma divertida caça ao tesouro? Em meio a praias e pontos turísticos, um convite especial se destaca: conhecer e reconhecer as árvores e palmeiras que ajudam a contar a história e a compor a beleza de São Luís.

Clique aqui para seguir o canal do Imirante no WhatsApp

A chave para essa aventura é o "Catálogo Árvores e Palmeiras SLZ", um verdadeiro mapa do tesouro criado por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). O projeto funciona como um inventário do patrimônio vegetal da Ilha, registrando espécies com valor histórico, cultural e paisagístico. Além de ser uma excelente ferramenta de educação ecológica, o catálogo está disponível para download gratuito no site da Editora Uema e será atualizado anualmente com novas espécies.

Mais do que identificar, o guia informa a origem, as características, a importância e, o melhor de tudo, onde encontrar cada árvore ou palmeira. Inspirados por ele, montamos um circuito para você começar sua jornada.

Ponto de Partida: Campus da Uema 

Angelim (Andira fraxinifolia)

Nossa eco-aventura começa na casa dos criadores do catálogo. No Campus da Uema, você pode encontrar o Angelim (Andira fraxinifolia), uma árvore nativa do Brasil, presente na Caatinga, no Cerrado e na Mata Atlântica. Na medicina popular, é usada como anti-helmíntico, e suas flores são uma rica fonte para a produção de mel.

Caminhando um pouco mais, você reconhecerá uma gigante africana: o Dendê (Elaeis guineenses). Essa palmeira, que pode atingir 15 metros de altura, é a fonte do famoso óleo de dendê, um produto versátil usado como biocombustível, na fabricação de cosméticos e, claro, como ingrediente essencial na culinária.

Dendê (Elaeis guineenses). (Foto: Ariadne Enes Rocha & Maria Izadora Silva Oliveira)

Segunda Parada: Parque do Bom Menino, Centro

Seguindo para o coração da cidade, nossa próxima parada é um verdadeiro "pulmão verde". Inaugurado em 1970, o Parque do Bom Menino foi projetado como uma moderna área de lazer e um ponto de encontro social.

Aqui, a caçada fica ainda mais interessante. Procure pela Castanha-do-maranhão (Pachira aquatica), uma árvore nativa que também é conhecida como Mamorana. Além de ornamental e medicinal, sua copa densa ajuda a criar um microclima agradável, servindo de abrigo e alimento para a fauna local.

Castanha-do-maranhão (Pachira aquatica). (Foto: Ariadne Enes Rocha & Maria Izadora Silva Oliveira)

Ponto extra na sua caçada: Se encontrar a imponente Barrigudeira (Ceiba pentandra), saiba que você está diante de uma verdadeira joia! O conjunto dessas árvores no parque é tão especial que foi tombado como patrimônio histórico e natural do Maranhão pelo Decreto Estadual n° 11.593, de 1990.

Barrigudeira (Ceiba pentandra). (Foto: Ariadne Enes Rocha & Maria Izadora Silva Oliveira)

Terceira Parada: Praça Gonçalves Dias, Centro

No cenário que homenageia o maior poeta maranhense, encontramos uma palmeira que é símbolo do estado: o Babaçu (Attalea speciosa). Seu fruto é um pilar da cultura local, aproveitado de forma integral: o coco vira carvão, as folhas servem para construções rurais, e da amêndoa se extrai um óleo rico, usado em alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos.

Babaçu (Attalea speciosa). (Foto: Ariadne Enes Rocha & Maria Izadora Silva Oliveira)

Dividindo o espaço com o Babaçu, está uma visitante ilustre: a Palmeira Imperial (Roystonea oleraceae). Originária do Caribe, ela pode alcançar impressionantes 40 metros de altura e embeleza a paisagem da Ilha com sua coroa de folhas elegantes.

Palmeira Imperial (Roystonea oleraceae). (Foto: Ariadne Enes Rocha & Maria Izadora Silva Oliveira)

Assim como as Barrigudeiras do Bom Menino, o conjunto de Palmeiras Imperiais da Praça Gonçalves Dias também faz parte do grupo de árvores raras protegidas pelo decreto de tombamento de 1990, tamanha sua importância histórica e paisagística.

Seu roteiro pode terminar aqui, mas a aventura está só começando. Ao baixar a versão completa do "Catálogo Árvores e Palmeiras SLZ", você pode criar seus próprios circuitos, transformando qualquer passeio pela Ilha do Amor em uma fascinante expedição ecológica e educacional.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.