Ministra diz que cotas têm resultados 'animadores'

G1

Atualizada em 27/03/2022 às 14h01

BRASÍLIA - A ministra Matilde Ribeiro, que ocupa a Secretaria Especial de Promoção das Políticas de Igualdade Racial (Seppir) defendeu a política de cotas em entrevista ao veículo “Em Questão”, da Presidência da República. Para ela, os resultados da ação afirmativa, já aplicada em 34 universidades, segundo dados do Ministério da Educação, tem resultados “bastante animadores”.

“Os alunos que entraram no ensino superior [por cotas] têm tido desempenho igual ou superior aos demais. Percebe-se que quando é dada uma oportunidade a quem nunca teve, a pessoa agarra essa oportunidade como sendo ímpar na sua vida e se esforça ao máximo para aproveitá-la”, disse Matilde.

Universidade de Brasília (UnB) aceitou o recurso do estudante Alex Teixeira da Cunha para participar do vestibular do meio do ano pelo sistema de cotas da instituição. Alex, na primeira análise da universidade, não foi considerado negro. Já seu irmão gêmeo idêntico, Alan Teixeira da Cunha, foi. Os jovens são filhos de pai negro e mãe branca.

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Para Matilde, “setores conservadores, com reações muito contundentes”, afirmam que o governo ao desenvolver ações afirmativas deixa de praticar uma política de caráter universalista. E afirma que há, sim, discriminação no país.

“É muito difícil separar a pobreza da discriminação racial. Quanto mais se olha para a periferia, para as favelas, percebe-se que a maioria das pessoas é negra. Por outro lado, os negros, mesmo os que não estão em condições empobrecidas, são discriminados por serem negros”, disse.

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