Requalificação urbana

Após obra de restauração, Complexo Ferroviário de Rosário será entregue nesta sexta-feira (20)

As obras, executadas pelo Iphan, custaram R$ 7,5 milhões oriundos do Ministério do Turismo.

Divulgação / Iphan

Atualizada em 27/03/2022 às 11h10
Complexo Ferroviário de Rosário já foi símbolo do desenvolvimento social e econômico da região no século XIX. (Foto: Reprodução / Marcelo Helal)

ROSÁRIO - A antiga estação ferroviária do município de Rosário, no Maranhão, vai voltar a ser atrativo turístico e referência para a cultura da cidade. Após passar por obras de restauração e requalificação urbana, o Complexo Ferroviário de Rosário, que já foi símbolo do desenvolvimento social e econômico da região no século XIX, agora vai comportar atividades que trarão uma nova dinâmica ao local.

A cerimônia de entrega das obras à comunidade rosariense ocorrerá nesta sexta-feira (20), às 10h30, com a presença do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio; do presidente substituto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Robson de Almeida; do superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary; e da prefeita de Rosário, Irlahi Moraes.

As obras, executadas pelo Iphan, custaram R$ 7,5 milhões oriundos do Ministério do Turismo. Com isso, o edifício da estação receberá espaços de exposição sobre a história e o Patrimônio Cultural de Rosário, uma biblioteca e salas para o desenvolvimento de atividades administrativas. Além disso, o armazém abrigará um cinema/auditório com capacidade para 83 lugares. A antiga oficina, por sua vez, foi adaptada com a criação de diferentes salas de aulas e ateliês para realização de cursos, com espaço para lanchonete e bancas para venda de produtos artesanais da região. Também faz parte da obra do Complexo Ferroviário, a construção de uma nova edificação, que já abriga as atividades da Secretaria Municipal de Agricultura de Rosário.

Toda a área pertencente ao Complexo Ferroviário sofreu intervenção urbanística e paisagística, com a construção de rede de drenagem pluvial, asfaltamento da Rua Eurico Macedo, execução de calçadas e remodelação da área na esplanada, criando um conjunto praças, onde foram incluídas as estruturas de um coreto e um anfiteatro. Os investimentos na Estação de Rosário beneficiarão não só moradores do município, mas também turistas, que poderão usufruir da estrutura ferroviária ao se dirigirem ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, uma vez que Rosário está situada na rodovia BR-402, uma das principais vias de acesso ao litoral maranhense.

A história traçada pela linha férrea da Estação de Rosário

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A Estação de Rosário é parte da Estrada de Ferro São Luís-Teresina, ferrovia idealizada ainda na segunda metade do século XIX, mas que só veio a funcionar de forma completa no ano de 1938, com a inauguração da ponte metálica construída sobre o rio Parnaíba. A Estação de Rosário, localizada no quilômetro 70 da linha tronco, foi oficialmente inaugurada em 1º de junho de 1919, embora funcionasse pelo menos desde 1915, quando já se tem registros da circulação de trens no local.

Esta estação foi construída com o objetivo de ser uma estação intermediária, mas, por mais de dez anos, funcionou como estação terminal para os trens que circulavam entre Rosário e a cidade de Caxias. Somente com a conclusão da Ponte Benedito Leite sobre o Canal dos Mosquitos, em 1929, a ferrovia de Rosário passou a ser utilizada como linha intermediária. Assim, a ponte passou a ligar por via férrea o continente à ilha de São Luís e, consequentemente, à Estação João Pessoa na capital maranhense.

A edificação da Estação de Rosário foi concebida com dois pavimentos no corpo principal, onde se exerciam as funções administrativas, de venda de passagens e sala de espera, e dois corpos laterais de apenas um pavimento cada, que funcionavam como armazéns. Sua implantação corresponde à porção central da esplanada em que se distribuem os demais prédios do complexo. O mais próximo dela é o armazém, com planta em formato retangular e telhado em duas águas, apresentando plataforma de carga e descarga pela linha férrea.

Um pouco mais distantes, as oficinas de manutenção eram originalmente duas e foram dispostas lado a lado, com a ferrovia passando entre elas. Estas edificações, verdadeiras naves industriais, comportavam as atividades de serralheria e carpintaria e apresentavam planta retangular e aspecto interior diáfano, sendo construídas com tijolos maciços, estrutura de cobertura com tesouras metálicas e telhas francesas. Trens de passageiros rodaram pela linha e fizeram uso da estrutura do complexo ferroviário de Rosário até o ano de 1991.

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