Paralisação

Sindicato dos rodoviários confirma paralisação total nesta quinta-feira

Na manhã de terça (19), mais um grupo de motoristas e cobradores da empresa Ratrans realizaram paralisação reivindicando melhoras nas condições de trabalho e pagamento de salários atrasados

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Paralisação na frente de empresa nesta terça-feira (paralisação ônibus)

São Luís – Em mais uma paralisação dos rodoviários em São Luís, devido às condições de trabalho e atraso do salário, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) confirmou que ocorrerá a greve geral prevista para esta quinta-feira (21).

“Todas as empresas vão parar no dia 21, pois motoristas e cobradores participarão da paralisação geral que prevemos. Precisamos reivindicar nossos direitos. H´[a motoristas que estão há meses com salários atrasados, sem receber ticket de alimentação. Então iremos sim realizar a paralisação geral”, enfatizou o vice-presidente do Sttrema, Carlos Ariston.

Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus, que atuam no sistema de transporte público da capital, cobram do Sindicato das Empresas de Transporte (SET) um reajuste salarial de 13%; jornada de trabalho de seis horas; tíquete de alimentação no valor de R$ 800,00; manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente, além da concessão do auxílio-creche para trabalhadores com filhos menores.

Conforme reportagem de O Estado, na última semana, o SET ingressou na Justiça do Trabalho para impedir a paralisação total e tentar manter, pelo menos, 80% dos serviços, para garantir a mobilidade urbana, contudo, Sindicato dos Rodoviários garante a greve geral. “Todos pararemos no dia 21, para tentar conseguir nossos reajustes e melhores condições de trabalho”, enfatizou Carlos Ariston.

Paralisação de empresa
Nesta terça-feira (19), a capital maranhense amanheceu com pelo menos 25 linhas de ônibus da empresa Ratrans paralisadas. A ação ocorreu na frente da empresa, que fica localizada na Avenida Casemiro Júnior, no bairro Santa Cruz, em São Luís, onde funcionários impediram a saída de ônibus da garagem.

Os funcionários afirmam que a empresa não está cumprindo os direitos trabalhistas, vigorados pela Convenção Coletiva de Trabalho. Os rodoviários reivindicam o pagamento do salário, que segundo a categoria, está em atraso e a volta dos tickets alimentação, que foi suspenso pelos empresários. Eles também dizem que estão sem férias há cinco anos e sem depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há oito anos.

“Eu estou com duas ações contra a empresa devido ao não pagamento. A primeira foi após eu ter um problema de saúde. Me deram atestado de 12 dias no Socorrão, mas a empresa não aceitou e me descontou o salário desses dias. A outra foi durante a segunda onda da pandemia, em que nós trabalhamos o mês inteiros e não recebemos”, conta o motorista, de 47 anos, que pediu para ser identificado como Bernardo.

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A paralisação contou com o apoio do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão. Os rodoviários afirmam que só devem retornar as suas funções, quando todas as reivindicações forem atendidas pelos patrões.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que os rodoviários não informaram ao órgão sobre a paralisação e que medidas já estão sendo tomadas para resolver a situação.

"Sobre a paralisação ocorrida nesta terça-feira (19), da empresa Ratrans - que integra o Consórcio Central - a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que o movimento não foi comunicado a essa Secretaria, que já está tomando as medidas necessárias sobre essa situação. De forma emergencial, a SMTT está remanejando frota de outras concessionárias para que a população atendida pela empresa Ratrans tenha acesso aos serviços do transporte público", diz a nota.

Outras manifestações
Na manhã do último dia 14, devido ao atraso no pagamento dos salários, motoristas e cobradores da empresa de ônibus Autoviária Matos realizaram uma paralisação, em São Luís. O Sttrema informou que os profissionais só retornariam às atividades após a empresa regularizar o pagamento dos salários.

Os rodoviários se concentraram na porta da garagem da empresa, no bairro São Cristóvão, onde representantes do sindicato e da empresa também se encontraram, para tentar garantir o pagamento dos funcionários.

Empresários que estavam no local pediram um acordo com o sindicato para adiantar pelo menos o ticket de alimentação. Contudo, os manifestantes ressaltaram que os salários atrasam até três meses. “Tem gente que está com três pagamentos atrasados, outros estão com dois, e eles não estão tentando resolver. Estão tentando pagar apenas um mês de salário, apenas”, explicou uma funcionária, que não quis ser identificada.

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