Maranhão precisa investir R$ 2,15 bi em abastecimento de água até 2035
Levantamento da Agência Nacional de Águas traça um diagnóstico do abastecimento no estado considerando o tipo de empresa que realiza o serviço, mananciais utilizados, tipos de sistemas e a população coberta
SÃO LUÍS - Lançado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), durante o 31º Congresso da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), o Atlas Águas – Segurança Hídrica do Abastecimento Urbano apresenta o diagnóstico e os investimentos necessários para garantir a segurança hídrica nas sedes urbanas brasileiras. Para o estado do Maranhão, que possui 217 municípios e população urbana de cerca de 4,8 milhões de habitantes, estão previstos investimentos em infraestrutura de produção e distribuição de água da ordem de R$ 2,15 bilhões para garantir a universalização do abastecimento até 2035.
O investimento justifica-se em virtude de que 94% das sedes municipais do estado foram classificadas com Média ou Baixa segurança, segundo e terceiro nível mais crítico do Índice de Segurança Hídrica Urbano (ISH-U), respectivamente, representando 91% da população do estado. Outros 3% da população do estado estão atualmente submetida no nível Mínimo do ISH, nível mais crítico.
A maioria dos municípios maranhenses é operada pela Companhia de Saneamento Ambiental do
Maranhão (Caema), que atende 142 sedes, abastecendo 65% do total das sedes urbanas do estado e a uma população de 3,4 milhões de habitantes. As demais sedes são operadas por serviços autônomos.
Para a universalização do abastecimento de água no Maranhão são previstos pelo Atlas Águas
investimentos de R$ 2,15 bilhões até 2035, o que representa aproximadamente 5,3% de todo o
investimento necessário para o Nordeste, sendo R$ 738,9 milhões em produção de água (34,31%) e R$ 1,41 bilhões em distribuição de água (65,68%).
Investimentos adicionais de até R$ 1,32 bilhão podem ser necessários para a reposição de ativos.
Dentre as infraestruturas em produção de água recomendadas, pode-se destacar a ampliação e
recuperação do Sistema de Abastecimento de Água de São José de Ribamar e Paço do Lumiar, a
adequação do Sistema de Abastecimento de Água de Italuís, a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água de Chapadinha.
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Situação nacional
O Atlas Águas indica que é necessário um investimento total de R$ 110 bilhões até o horizonte de
2035 em infraestrutura de produção e distribuição de água, reposição de ativos dessas infraestruturas, controle de perdas do recurso e medidas voltadas à gestão para melhorar a segurança hídrica das cidades brasileiras. Desse montante, o Sudeste e o Nordeste demandam 76% dos investimentos por terem os maiores contingentes populacionais e, portanto, as maiores demandas pelo recurso.
Em sua segunda edição, o Atlas Águas apresenta um novo índice de segurança hídrica para todos os municípios do Brasil, levando em consideração tanto o Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH) quanto as recentes crises hídricas ocorridas em diferentes regiões do país.
Nesse sentido, o levantamento aponta que 77,3 milhões de brasileiros (36% da população urbana) vivem em 1.975 cidades com abastecimento de água classificado com segurança hídrica média; 50,8 milhões em 785 cidades com segurança hídrica baixa ou mínima; 50,2 milhões em 2.143 sedes urbanas com alta segurança hídrica; e 7 milhões em 667 cidades com segurança hídrica máxima.
Mais
O Atlas Águas foi elaborado pela ANA com a colaboração dos prestadores de serviço de
abastecimento de água e de parceiros institucionais, atualizando e aprimorando o Atlas Brasil:
abastecimento urbano de água (2010). O Atlas 2021 incorpora conceitos e ferramentas do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), avançando no diagnóstico e no planejamento da segurança hídrica na dimensão específica do abastecimento de água nas cidades brasileiras.
O Atlas Águas parte da avaliação de todos os mananciais e sistemas de abastecimento
urbano de água e indica soluções para as demandas atuais e futuras para as 5.570 sedes urbanas, considerando o horizonte de 2035. Apresenta os investimentos necessários para o atendimento de 100% da população urbana do país, tanto para o componente de produção de água, que abrange da captação ao tratamento, como para o de distribuição de água.
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