Artesãos esperam aquecimento nas vendas com vacinação e liberações
Depois de período de turbulência, quem trabalha com artesanato na Praia Grande espera que movimento aumente no Centro Histórico; quem tem boxe no Ceprama, aponta esquecimento do espaço
São Luís - O artesanato maranhense vive um período de retomada das vendas com o enfraquecimento da pandemia do novo coronavírus, a partir da vacinação. Na Praia Grande, trecho mais movimentado do Centro Histórico de São Luís, o movimento de turistas melhorou, o que está animando proprietários de lojas. Artesãos que atuam nos 40 boxes do Ceprama, na Madre Deus, no entanto, afirmam que a baixa temporada deve piorar as coisas e solicitam providências do poder público.
De acordo com Verena Vieira, proprietária de uma loja de artesanato na Praia Grande, o período de pandemia foi assustador para quem vive exclusivamente do artesanato, e muitos até desistiram da atividade. Agora, com o cenário voltando à normalidade e o processo de vacinação avançando, eles estão otimistas e afirmam que já podem respirar melhor.
“As coisas estão melhorando, mas nada se compara ao movimento que tínhamos aqui antes da pandemia. No entanto, o vaivém de pessoas aumentou e isso muito nos ajuda. Muitos vêm para cá por curiosidade e outros para conferir se a programação musical foi retomada, pois é ela que atraia e anima os turistas”, disse Verena Vieira.
Durante a semana, com o funcionamento de repartições públicas na área e o desembarque de ônibus de turismo, os artesãos costumam ter um rendimento melhor. Recentemente, com a programação em homenagem ao aniversário de 409 anos de São Luís, a área recebeu milhares de pessoas, entre muitos turistas, que para lá se dirigiam atraídos pelas projeções na Rua Portugal.
“As pessoas vinham e compravam alguma coisa, não somente nas lojas, mas aqui com a gente também. Um cordão, uma pulseira de couro, um souvenir. Qualquer coisa eles levavam e isso foi maravilhoso para nós. Logo, é importante que sempre haja alguma programação, justamente para atrair”, disse Maria Raimunda Ribeiro, que vende artesanato.
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As coisas estão melhorando, mas nada se compara ao movimento que tínhamos aqui antes da pandemia. No entanto, o vaivém de pessoas aumentou e isso muito nos ajuda Verena Vieira, proprietária de loja de artesanato na Praia Grande
Esquecimento
No Ceprama, um dos centros de comércio mais emblemáticos da capital maranhense, o movimento de turistas está bastante aquém e os artesãos reclamam que a área está esquecida. Além de ser baixa estação, a retomada das vendas após o enfraquecimento da pandemia ainda experimenta um ritmo bastante tímido.
Segundo o artesão Carlos Souza, o espaço nem sempre é visitado por turistas, pois os roteiros geralmente incluem somente a Praia Grande. “Nós começamos a trabalhar aqui às 9h e encerramos às 17h. No entanto, tem dia que não vendemos nada. Acredito que falta divulgação e fazer um trabalho com as empresas de turismo”, disse.
Para Lúcia Franco, faltam políticas públicas para dinamizar o trabalho realizado pelos artesãos ligados ao Ceprama. “Não podemos depender só dos turistas. Seria preciso um trabalho para atrair os moradores da cidade para o Ceprama, inclusive com uma programação fixa aqui dentro. O Ceprama está abrindo e muita gente não sabe. Alguns pensam que aqui é um museu”, disse.
Retomada
De acordo com Carlos Martins, coordenador do Programa do Artesanato Brasileiro no Maranhão, as atividades programadas para dinamizar o Ceprama ficaram guardadas e, aos poucos, vão sendo retomadas. Ele disse que a ideia é tornar o local um espaço para oficinas mensais, a serem ministradas por artesãos do próprio espaço e de outras regiões da cidade.
“O objetivo é renovar a produção e tornar o Ceprama um local interativo. O Ceprama é um centro de referência do artesanato maranhense e queremos que o Brasil conheça, por meio do Programa do Artesanato Brasileiro, onde não emitimos somente carteira, mas qualificamos e favorecemos a comercialização dos produtos, inclusive por meio da participação dos artesãos em feiras nacionais do gênero”, informou Carlos Martins.
Não podemos depender só dos turistas. Seria preciso um trabalho para atrair os moradores da cidade para o Ceprama, inclusive com uma programação fixa aqui dentro. O Ceprama está abrindo e muita gente não sabe. Alguns pensam que aqui é um museu”Lúcia Franco, proprietária de boxe de artesanato no Ceprama
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