Daniel Wagner de Castro Lina Santos - Médico infectologista

Rotina exaustiva em nome da saúde

Doutor em infectologia, ele revela os desafios para salvar vidas durante a pandemia e a necessidade de continuar na linha de frente no combate às mazelas da sociedade dentro da área que escolheu atuar

Evandro Junior/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Médico Daniel Wagner de Castro Lina fala sobre seu trabalho em palestra

São Luís - Há 13 anos atuando na área de infectologia, o médico maranhense Daniel Wagner de Castro Lina Santos assumiu trabalho redobrado durante a pandemia do novo coronavírus. Quase sem tempo para nada, nem mesmo para conceder esta entrevista, ele coordenou quatro equipes de infectologia em quatro hospitais distintos no Maranhão e conciliar tanto trabalho com a família foi um desafio.

Daniel Lina atua no Hospital Universitário Presidente Dutra (HUFMA) e na Rede D’Or (Hospital UDI). “A rotina foi bastante exaustiva no auge da pandemia e continua sendo, pois os casos continuam aparecendo e nós, da linha de frente, não podemos descansar enquanto este período turbulento não passar, uma vez que a nossa missão é salvar vidas”, frisa.

Os períodos mais difíceis, segundo o médico, foram os meses de maio a agosto do ano passado, com a curva crescente de óbitos por Covid-19 no Brasil, somada ao cansaço físico e mental de todos os profissionais da área da saúde. “Nossa meta, desde sempre, foi manter a boa prática médica, preservando a saúde mental e física, aliando tudo isso ao prazer de estar conectado com a família e os amigos, o que foi algo também complicado para muitos durante os meses de pandemia”, afirma.

Daniel Wagner de Castro Lina Santos em registro em hospital

O infectologista é doutor pela Universidade Federal de São Paulo. Atualmente, é gerente médico na UDI Hospital e trabalha no controle de infecção hospitalar do HUUFMA. “Eu tenho me dedicado, também, à pesquisa em todas as áreas de infectologia, em especial com pacientes imunodeprimidos, como transplantados e oncológicos, fazendo interface em todas as áreas da infectologia, desde doenças endêmicas, infecção hospitalar, medicina do viajante e pesquisa em micologia”, detalha.

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Vocação

Além disso, o maranhense integra as diretorias do Comitê Nacional de Teste Sensibilidade ao Antimicrobiano e do Comitê de Infectologia da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos Sólidos. Para ele, a medicina representa aceitar desafios continuamente. Para isso, é preciso ter vocação e amor à profissão.

“Ser infectologista é mais desafiador ainda. É trabalhar com as mazelas da sociedade, com a população discriminada pelo homem, com os problemas que muitas vezes não têm solução. É saber se relacionar com todos os outros médicos e, finalmente, é levar ciência e amor até a beira do leito”, diz.

Wagner só teve boas referências em sua formação. Ele cita como exemplo a professora Conceição Pedrozo, da Universidade Federal do Maranhão, que o fez ver a especialidade com paixão. “Ela me ensinou, desde o início, princípios éticos, morais e amor ao nosso paciente. Na residência médica, feita no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, tive contato com grandes pesquisadores da área. Meu Mestrado e Doutorado na Universidade Federal de São Paulo refinou meu conhecimento na pesquisa científica que adquiri ao longo da vida. Pretendo ter uma vida-longa dentro da minha especialidade, na minha cidade natal, com professores queridos e ajudando pacientes e a sociedade como um todo”, finaliza.

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