SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro disse ontem, durante discurso em manifestação na Avenida Paulista, que seu governo incomoda "alguns" e reforçou que só deixa o cargo "preso, morto ou com vitória".
"Só Deus me tira de lá", disse Bolsonaro, num momento mais inflamado do discurso no qual dirigiu suas palavras, segundo ele mesmo, a pessoas que querem torná-lo inelegível.
"Saio de lá preso, morto ou com vitória", disse o chefe do Executivo, acrescentando que jamais será preso. "A minha vida pertence a Deus."
Pela manhã, Bolsonaro fez um pronunciamento mais curto em Brasília, onde chegou a dizer que não aceitará que qualquer autoridade passe por cima da Constituição usando a força do poder.A apoiadores que compareceram à Avenida Paulista, o presidente salientou que o seu governo incomoda "alguns de Brasília" pelas mudanças que começou a fazer.
"Com vocês, nós colocaremos o Brasil em local de destaque", afirmou Bolsonaro aos manifestantes.
Ataques - Durante o seu discurso na Avenida Paulista, o presidente Jair Bolsonaro fez ataques novamente ao Poder Judiciário e especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que não vai mais admitir ordens do ministro, que comanda o inquérito dos atos antidemocráticos e das fake news.
"Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa Constituição Federal. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir", afirmou o presidente.
Já no fim de seu pronunciamento Bolsonaro voltou a falar de reeleição e disse que só deixa o cargo se for a vontade de Deus.
Aos apoiadores, afirmou: "Nesse momento, eu quero mais uma vez agradecer a todos vocês. Agradecer a Deus, pela minha vida e pela missão, e dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília que só Deus me tira de lá."Em seguida, o presidente afirma que há três opções para o seu futuro político. Disse que pode ser "preso, morto ou sair com a vitória".
E completou na sequência: "Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso."
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