Brasília - Senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia emitiram nota conjunta em solidariedade à jornalista Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo. Ela foi atacada verbalmente na segunda-feira, 21, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após questioná-lo sobre a multa que recebeu do governo de São Paulo por não utilizar máscara em um passeio com motociclistas no dia 12 de junho.
Os parlamentares criticaram a postura do presidente no episódio e, em referência à pandemia, asseguraram que os responsáveis vão pagar por "erros, omissões, desprezos e deboches" - sem, contudo, citar nominalmente Bolsonaro neste caso.
"A agressão do senhor presidente da República não foi apenas à jornalista Laurene, mas a todos os brasileiros que anseiam por uma resposta à tragédia que atingiu mais de 500 mil famílias desde o início da pandemia, no ano passado", diz a nota, assinada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), e pelo vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
"Tentar calar e agredir a imprensa é típico de fascistas e de pessoas avessas a democracia brasileira", acrescenta o texto, que ainda tem entre os signatários o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), e mais sete senadores. São eles: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Eliziane Gama (Cidadania-MA).
Na nota, os senadores ainda lembram que crimes contra a humanidade, como genocídios, não prescrevem. "Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente", afirmam. A oposição ao governo federal costuma chamar de "genocida" a postura do presidente Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19, pela demora em negociar vacinas e por participar de aglomerações
O chefe do Palácio do Planalto participava de evento da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP), ao insultar a jornalista. "Cale a boca, vocês são uns canalhas. Vocês fazem um jornalismo canalha, que não ajuda em nada. Vocês destroem a família brasileira, destroem a religião brasileira, vocês não prestam". Ele tirou a máscara para atacar a repórter, o que, além de contrariar a recomendação de especialistas em segurança sanitária, é vedado por lei estadual.
Saiba Mais
- Relatório da Covid atribui 11 crimes a Bolsonaro e pede indiciamento de 72
- Parentes de vítimas da Covid prestam depoimento na CPI
- CPI da Pandemia ouvirá integrante do Conasems nesta terça-feira
- CPI adia relatório por impasse na forma de indiciar Bolsonaro por homicídio
- CPI da Covid propõe pensão para órfãos da pandemia e marca último depoimento
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Política