Risco

Após incêndio, associação alerta sobre telhado de palha em bares da Litorânea

Justiça já tentou multar barracas que tentaram realizar o processo de mudança de palha para telhas de cerâmica; principal hipótese do incêndio no Adventure Bar é de curto-circuito

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
interior do Adventure Bar, na Avenida Litorânea, foi destruído pelo fogo (bar adventure / após incêndio / Avenida Litorânea)

São Luís – A Associação de Bares e Restaurantes da Avenida Litorânea (ASLIT) alerta para o perigo que os telhados de palha em estabelecimentos da via trazem para funcionários e clientes de estabelecimentos do local. Na manhã do último domingo, 23, o Adventure Bar - tradicional estabelecimento da área - foi destruído após um incêndio que comprometeu toda a sua estrutura. O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) atendeu a vários chamados sobre o fogo e conseguiu controlar as chamas em pouco tempo. Mesmo com a gravidade da situação, ninguém ficou ferido.

O proprietário do Adventure disse que há cerca de 20 anos os proprietários de todos os bares da Litorânea pedem a substituição da palha por telha, por questão de segurança. O presidente da ASLIT, Waltenor Costa, conversou com a reportagem e explicou o porquê da dificuldade em realizar essa mudança. Segundo o empresário, as barracas foram recebidas há cerca de 20 anos como comodatos – que é um tipo de contrato em que ocorre o empréstimo gratuito de coisas que não podem ser substituídas por outra igual –, porém, desde sempre a cobertura das barracas foi motivo de problema, já que é altamente inflamável e espalha o fogo de maneira muito rápida.

De acordo com Waltenor, uma série de ações judiciais ocorreram para que somente agora a mudança de material seja realizada, entre elas, uma notificação do Ministério Público Federal, que segundo ele, dizia multar quem fizesse o processo de troca de telhado, entretanto, outros órgãos responsáveis conseguiram o aval para que alteração seja feita de forma legal.
O Governo do Estado também foi procurado e respondeu em nota, que em relação à permissão pelo poder público para a substituição dos telhados de palha para telha, o Corpo de Bombeiros não tem conhecimento da situação.

Laudo pericial

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Um funcionário do Adventure Bar, que não quis se identificar, estava no local quando o fogo começou. Ele disse que a casa estava movimentada e estava saindo alguns pedidos. “Tentaram conter o incêndio, mas infelizmente tinha uma fiação desconhecida do bar ao lado, que estava em reforma, e acabou trazendo todo o incêndio para o bar. A fonte disse ainda, que o prejuízo foi total.

O Major Lisboa, porta-voz dos Bombeiros Militar do Estado, confirmou a informação de que o local está com sua estrutura comprometida. E afirmou que o laudo com a causa do incêndio só deve sair daqui a 30 dias.“Nós temos dois tipos de perícias, os relatórios inicias compõem o laudo final. Hoje [24 de maio] nós vamos ter outras investigações, outras vistorias realizadas pela nossa equipe, então a primeira delas foi pela Defesa Civil – que fez a análise estrutural da edificação e também nós temos outras informações que vão compor a investigação em relação a origem do fogo. Temos fortes indícios de que foi originado por um curto-circuito, mas ainda não dá para precisar. Nós vamos aguardar o laudo pericial”, destacou o oficial.

Em nota, o CBMMA disse que sobre os telhados dos bares da Avenida Litorânea, a orientação, a partir de duas normas técnicas: a de nº 10 – que é de controle de material de acabamento e revestimento e a de nº 33 – que é a de cobertura de sapê e piaçava (estas, por sua vez, precisam receber a devida manutenção). Ou seja, é necessário que os estabelecimentos que ainda possuem o telhado de palha façam manutenção do material exigido pelas normas técnicas citadas na reportagem.

“O que precisa ser levado em consideração é, que a própria legislação de segurança contra incêndio e emergência, exige que no tratamento da palha seja aplicado um produto para inibir a velocidade do fogo, então mesmo com a presença, com essa cobertura, ela precisa ter esse adicional. Vai ser algo levado em consideração na perícia”, complementou o Major Lisboa.

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