Negociando

Governadores tentam minimizar impactos de escassez de CoronaVac

Segundo estudo da Universidade de São Paulo, o Maranhão e outros 13 estados devem ficar sem CoronaVac antes de nova remessa de insumos para fabricação

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Flávio Dino participará, junto com demais governadores do Consórcio Nordeste, de reunião com embaixador chinês (Flávio Dino)

São Luís - Os governadores da Região Nordeste, com agenda programada para hoje, às 10h30, em reunião de forma virtual com o embaixador da China, Yang Wanming, tentarão minimizar os impactos da escassez prevista para os próximos 15 dias apontada em estudo do imunizante CoronaVac. A conclusão, divulgada pelo Instituto Infotracker, da Universidade de São Paulo (USP), se baseia no atual estoque de cada estado e no ritmo de aplicação das doses nos territórios.

De acordo com o estudo, o Maranhão está entre os que terão carência no imunizante nos próximos dias. Devido a isso, de acordo com a assessoria, o governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB) estará na agenda de hoje com a embaixada da China.

Dentre os pontos que deverão ser abordados, estão o envio imediato de litros de ingredientes ativos para a produção do imunizante, pelo Butantan. O processo está parado há duas semanas e interfere na cobertura vacinal contra a Covid-19.

Uma das estratégias a serem usadas com o representante do governo chinês no Brasil será o de separar as opiniões do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) da política exterior do país. O presidente, na semana passada, disse que a China se beneficiaria economicamente do vírus e que o causador da Covid-19 teria sido criado em laboratório do país asiático.

Doses

Nesta semana, o governo maranhense recebeu – no total 177.450 doses de vacina, sendo 159.900 de vacinas AstraZeneca e outras 17.550 doses da Pfizer. Com a nova remessa, o Maranhão totaliza 2.572.260 doses recebidas, sendo 1.330.850 doses da AstraZeneca e 59.670 doses da Pfizer. Outras 1.181.740 doses da CoronaVac foram recebidas desde o início da imunização, o que representa pouco mais de 46% do total destinado ao Maranhão.

No dia 6 deste mês, devido à carência de imunizantes CoronaVac, a Prefeitura de São Luís remanejou a aplicação de segundas doses de vacinas CoronaVac para os dias 13 e 14 do mesmo mês devido à diminuição do estoque. Segundo a pasta, em tese, apesar do atraso, não houve qualquer prejuízo à proteção imunológica contra a Covid-19.

A vacina CoronaVac foi a primeira a ser usada no país e começou a ser aplicada no Maranhão no dia 18 de janeiro. Em São Luís, a vacina passou a ser usada no dia 19 de janeiro deste ano e, após a CoronaVac, as vacinas AstraZeneca e Pfizer foram incluídas na rotina vacinal.

Procurada sobre garantias acerca da continuidade do uso da CoronaVac e prazos para escassez do produto, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), não citou data limite e informou que “a imunização no estado continuará com as vacinas disponíveis enviadas pelo Ministério da Saúde tanto para D1 [primeira dose], quanto para D2 [segunda dose]”.

Municípios do MA estavam com falta de vacina

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), em nota encaminhada à O Estado, confirmou que municípios do Maranhão – sem citar quais e a quantidade – estavam com falta de vacinas para a continuidade do esquema vacinal. Segundo a pasta, na terça-feira, 18, pouco mais de 56 mil doses de vacinas CoronaVac foram distribuídas.

Até o fechamento desta edição, de acordo com painel epidemiológico do Governo, 86% das pessoas que iniciaram o ciclo vacinal com o imunizante completaram o ciclo em segunda dose.

Atualmente, de acordo com a SES, 89% é a taxa de aplicação das doses na capital. No entanto, de acordo com a Prefeitura, o dado é superior e supera os 92%, o que incluiria a cidade como uma das que mais imunizaram pessoas no país.

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