Com salários e férias atrasados, motoristas e cobradores da Viação Planeta fazem greve
Trabalhadores se reuniram na frente da empresa, na Cidade Olímpica, e os ônibus que fazem linha para a área da Cidade Operária e bairros adjacentes não circularam nesta quinta, 22
São Luís - Os motoristas e cobradores da empresa Viação Planeta, que faz linha para a área da Cidade Operária e bairros adjacentes, cruzaram os braços por tempo indeterminado, ontem, em razão da falta de pagamento de salários e férias. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), são mais de três meses de atraso salarial. Existe a possibilidade de a direção da empresa efetuar o pagamento, de pelo menos um mês de salário, até o fim da semana.
Os trabalhadores chegaram cedo à garagem da Viação Planeta, localizada na Cidade Olímpica, ontem, mas nenhum ônibus circulou na cidade. Motoristas e cobradores se aglomeraram na porta da empresa e exigiram o pagamento dos salários atrasados. O movimento foi pacífico e não houve a necessidade da intervenção da Polícia Militar. O ato de paralisação foi acompanhado pelos representantes do Sttrema.
“Ninguém vai trabalhar sem o pagamento dos salários atrasados”, afirmou a cobradora Celi Miranda. Ela disse que está sem receber salário há meses e também há colegas de trabalho que não receberam nem o dinheiro das férias. “Trabalhamos todos os dias, somos pais de família e temos direito ao nosso salário”, desabafou a cobradora.
Um dos representantes do sindicato, Abizaer Lago, declarou que na manhã de quinta-feira, 22, representantes do Sttrema participaram de uma reunião com representantes da Viação Planeta e há possibilidade de até o fim desta semana ser efetuado o pagamento de, pelo menos um mês dos salários atrasados. “Os empresários estão alegando que não possuem dinheiro em caixa e a empresa possui muitos gastos, principalmente, devido ao aumento do preço do combustível”, frisou Abizaer Lago.
Notificação
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou ontem, por meio de nota, que em decorrência da paralisação dos funcionários da empresa Viação Planeta, que atende à região da Cidade Operária, notificou o Consórcio Upaon-Açu, que é responsável pelo transporte público da área, para disponibilizar ônibus de outras empresas que integram o consórcio para operar nas linhas afetadas pela paralisação, visando minimizar os transtornos aos passageiros.
O Estado entrou em contato com a direção do Consórcio Upaon-Açu, por meio do telefone, para saber informações sobre as medidas tomadas para solucionar o problema, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
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Mais greve
No último dia 13, os funcionários da Empresa Estrela, que atende a área Itaqui-Bacanga e o polo do Coroadinho, também realizaram uma paralisação pela falta do pagamento integral dos salários, do vale-refeição e das horas extras. O movimento grevista durou mais de 48 horas e os trabalhadores ficaram concentrados na porta da empresa, localizada no bairro do Anjo da Guarda.
Com a greve, a direção da empresa contratou motoristas provisórios e a medida causou tumulto na frente da garagem. Para o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão, a manobra é um descumprimento a Convenção Coletiva de Trabalho dos Rodoviários, pois, ficou firmado que nenhum coletivo pode circular pela cidade sem a presença do cobrador.
A greve durou mais de 48 horas e, de acordo com o Sttrema, foi suspensa após um acordo entre os trabalhadores e a classe empresarial. Um dos acordos foi o pagamento imediato dos dias descontados nos salários dos trabalhadores e a volta da circulação dos ônibus na Ilha.
Decisão judicial
Sobre a greve dos trabalhadores da Empresa Estrela, o desembargador Gerson de Oliveira Costa Filho determinou ao Sttrema, no dia 13 de abril, que evitasse fazer qualquer paralisação da categoria que implicasse na interrupção da circulação de ônibus na Região Metropolitana de São Luís e determinou a circulação de 100% da frota.
O magistrado determinou a multa diária por descumprimento da decisão é de R$ 20 mil e caso seja aplicada os valores serão bloqueados das contas bancárias do Sttrema e transferidos para uma conta judicial a cada 48 horas. Também pontuou que o transporte público é um serviço de cunho essencial aos moradores da Grande Ilha.
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