Como alguém criado na fé católica - e no interior do Maranhão entre o fim dos anos 80 e início dos 90 -, eu aprendi a encarar a Semana Santa como um momento de recolhimento e redenção.
Na minha casa, tínhamos o jejum de uma semana sem carne vermelha e ovo de chocolate (aberto somente no Domingo de Páscoa, não adiantava insistir). Mas
também íamos à missa da Sexta-feira Santa, tinha "Paixão de Cristo" na TV, entre outras tradições.
Não lembro muito bem do porquê, mas havia a história de um frito de galinha (de preferência, roubada!) na madrugada do Sábado de Aleluia, que eu adorava; e
tinha também a queima do Judas - pra quem não sabe: um boneco em tamanho humano, com roupas de verdade e tudo, feito para representar Judas Iscariotes, que a gente se juntava pra dar pauladas e depois, queimar. Era uma farra!
A partir de quando me mudei de Presidente Dutra para São Luís, na adolescência, fui perdendo alguns desses hábitos - exceto o do ovo de
Páscoa, porque, né?!
Nos últimos 20 anos, Semana Santa, pra mim, significou mais folga, viagens, comilança - sou apaixonado por frutos do mar, que se come muito nessa época
-, do que qualquer simbolismo cristão. A verdade é que eu perdi aquelas referências da infância.
Aí veio 2020 com toda a sua sanha, nos obrigando a recolhimento e suscitando redenção. A Semana Santa, por força das circunstâncias, voltou a ter a continência dos meus tempos de criança, só que, dessa vez, sem a candura da infância.
Era eu trancado em casa, rodeado de incerteza, medo e angústia. Sei lá, era como se tivesse me tornado o próprio Judas: amarrado, açoitado e
depois, queimado.
Me prometi que, este ano, faria aquela viagem, aproveitaria ao máximo o feriadão, recompensaria a experiência passada e, cá estou. Estamos todos nós, queiramos ou não. O que me resta, portanto, é rezar pela ressurreição - de Cristo e a nossa.
EM TEMPOS de recolhimento social, a turma que trabalha que fotografia tem de explorar a criatividade como pode. Para alguns, a limitação acaba sendo um desafio interessante.
É O CASO do modelo Aster Coubert. O também atleta profissional de basquete é craque em produzir ensiosos fotográficos com seu próprio celular, como este que ilustra a coluna de hoje. As fotos foram feitas no condomínio onde mora, no recanto dos Vinhais . E os cuidados de edição de imagem, luz e enquadramentos, feitos pelo próprio.
NÃO DEIXA de ser uma forma de se manter em atividade e sendo visto (pois, afinal, quem não o é não é lembrado). O resultado ele partilhou em seu perfil no Instagram @asteer.c, onde ele compratilha seu dia a dia e pílulas de reflexão sobre resitência negra.
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