Proteção Ambiental

Mil mudas de juçareira são plantadas em alusão ao Dia da Água

Atividade foi realizada pelo Projeto Lagoa Nova, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Mudas de juçareira são distribuídas para plantio em área propícia no Sítio do Físico, no Coroadinho (mudas juçareira)

São Luís – No dia em que é comemorado o Dia Mundial da Água, 22 de março, São Luís amanheceu com uma chuva fina, que combinou com o cenário do Ecomuseu Sítio do Físico, localizado no Parque Estadual do Bacanga, no Coroadinho, onde voluntários e membros do projeto Lagoa Nova da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), realizaram a plantação de mil mudas de juçareira, em alusão ao Dia da Água e também como forma de culminar o lançamento do projeto.

O Lagoa Nova é uma iniciativa do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA, que tem como objetivo fomentar ações de sustentabilidade socioambiental e cultural no Rio Bacanga. A iniciativa tem o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), do Comitê Gestor de Limpeza Urbana, Batalhão da Polícia Ambiental (BPA) e ainda da Câmara Municipal de São Luís, através do vereador Álvaro Pires (PMN). Na ocasião, representantes de todos esses órgãos estiveram presentes para prestigiar o momento da plantação das árvores.

Plantação
A atividade se iniciou às 9h30 e se estendeu até as 10h30, quando as juçareiras terminaram de ser plantadas. O caminho até o local do plantio é íngreme e escorregadio, mas isso não impediu os voluntários de chegarem até lá. Um dos coordenadores do projeto, o professor Arkley Bandeira, explicou o motivo da escolha da planta.

“Porque essa área nativa já tem juçareira, é uma espécie que se dá bem em áreas úmidas, além de ter resistência. A ideia de optar por juçareira é tentar recompor ao máximo a cobertura vegetal original. Essa área está aberta e nosso medo é que o movimento de chuva leve a areia para dentro do igarapé, quanto mais árvores nós tivermos aqui mais ela vai fixar esse substrato”, destacou.

O voluntário e morador do Sítio do Físico, Pedro Ferreira, ajudou no processo de plantação das mudas. Segundo ele, são sementes de esperança para que a natureza melhore.

Para Leonardo Soares, que faz parte da equipe técnica do projeto, o Lagoa Nova surge em rede de colaboradores para que sementes continuem a ser plantadas. “A gente está plantando uma semente muito importante e que está levantando a bandeira da necessidade, da preservação e da recuperação dos nossos sistemas de nascentes”, ressaltou.

Sítio do Físico
Fernando Mendonça, proprietário do Sítio do Físico conta que ele fundado por volta de 1804, pelo físico-mor, da então Capitania Geral do Maranhão, Antônio José da Silva Pereira. A área é um patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que fica à margem direita do Rio Bacanga, em São Luís. “O território que ele ocupa tem 6.500 anos de história com as populações nativas de sambaquieiros [indivíduo da civilização pré-histórica cujos depósitos formaram os sambaquis na costa e regiões litorâneas do Brasil], além deles, nós tivemos a ocupação dos Tupinambás”, afirmou.

“Nós quando adquirimos o sítio em 2002, começamos a pensar de que maneira a gente poderia fazer um trabalho para preservar não só patrimônio histórico, mas também a natureza, e com isso a gente entendeu que não poderíamos fazer isso sem envolver a comunidade”, frisou. Dessa forma, foi criada a Associação de Amigos do Sítio do Físico que, posteriormente, se transformou no Instituto Ecomuseu do Sítio do Físico.

“Esse instituto trabalha com quatro eixos, o eixo da pesquisa científica, o eixo da preservação ambiental, o eixo da preservação patrimonial histórica e o eixo da ação comunitária”, concluiu, Fernando Mendonça.

SAIBA MAIS

O projeto Lagoa Nova


Com ação educacional e mutirão de limpeza na margem do Rio Bacanga, nas dependências da Sede Náutica da UFMA, reunindo 25 jovens entre 12 e 16 anos da Brigada Voluntária Ambiental (BVA) da Polícia Militar (PM-MA), o Projeto Lagoa Nova foi lançado em fevereiro deste ano pela UFMA. É realizado em parceria com instituições públicas e entidades da sociedade civil organizada que busca a limpeza e o desenvolvimento sustentável da área do Lago da Barragem do Bacanga.

A primeira iniciativa teve apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam); da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema); do Comitê Gestor da Limpeza Urbana; do Batalhão da Polícia Ambiental (BPA); do Ecomuseu Sítio do Físico e da Câmara Municipal de São Luís; representada pelo vereador Álvaro Pires; e do Clube de Mães do Bairro Coroado, porém a intenção é envolver a maior quantidade de parceiros possível.

Dia Mundial da Água

Data foi criada em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e visa à ampliação da discussão sobre esse tema. No dia 22 de março de 1992, a ONU, além de instituir o Dia Mundial da Água, divulgou a Declaração Universal dos Direitos da Água, que é ordenada em dez artigos. Veja a seguir alguns trechos dessa declaração:

1- A água faz parte do patrimônio do planeta;
2 - A água é a seiva do nosso planeta;
3 - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
4 - O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5 - A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6 - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7 - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada;
8 - A utilização da água implica respeito à lei;
9 - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10 - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

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