São Luís – Um filhote de peixe-boi, encontrado no Rio Mapari, no município de Humberto de Campos, teve seu material biológico coletado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O mamífero foi avistado boiando, na sexta-feira, 22, próximo a Comunidade de Rampa, local conhecido pelos pescadores como Furo da Miséria. A região é protegida por lei e faz parte da Reserva Extrativista da Baía do Tubarão, Unidade de Conservação (UC) gerida ICMBio em São Luís.
Segundo Paulo Sérgio, pescador e liderança comunitária da Ilha do Gato, Resex da Baía do Tubarão, durante a captura o animal estava com hematomas na nadadeira e cauda. “Assim que avistei o animal boiando, fiz o registro fotográfico e informei a equipe do ICMBio São Luís. Estou há 17 anos apoiando na preservação e monitoramento do peixe-boi aqui na região, e lamento que ainda tenha que presenciar essa situação.”
No sábado, 23, uma equipe do ICMBio se deslocou até o local para coleta de material biológico, medição e registro fotográfico para análises da causa da morte do mamífero. A ação contou com a colaboração de moradores da região.
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Para gestora do ICMBIO São Luís, Karina Teixeira, os estudos e a conclusão da causa morte são essenciais para orientar os trabalhos e ações de Ordenamento Territorial na RESEX da Baía do Tubarão visando coibir a interação de pessoas e embarcações com o peixe boi marinho, espécie criticamente ameaçada de extinção. “Estamos falando do mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil, e infelizmente tivemos essa ocorrência numa região que é berçário do peixe boi e onde também desenvolvemos projetos de pesquisa e sensibilização para preservação da espécie”, pontuou a analista ambiental.
As amostras coletadas pela bióloga Laura Reis, líder da Área Temática de Monitoramento da Biodiversidade e Gestão do Conhecimento do ICMBIO São Luís, e pelo analista ambiental Marcelo Vidal, biólogo do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade (CNPT) serão encaminhadas para o Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA). Segundo Laura Reis, há uma carência muito acentuada de informações a respeito do peixe-boi marinho no Estado do Maranhão, como estimativa populacional, áreas de uso, variabilidade genética, avaliação de conteúdo estomacal, dentre outros. “A Captura acidental em redes de pesca, poluição da água, colisão com embarcações são exemplos de ameaças em áreas de alimentação, descanso e reprodução dos peixes-boi.”, informa.
O peixe-boi foi enterrado e posteriormente o esqueleto do mamífero será recuperado, montado e utilizado em atividades de educação ambiental.
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