Desmoronamento

Período chuvoso traz perigo de deslizamento em 62 áreas de risco

Agentes da Defesa Civil de São Luís colocaram lonas pretas na área de encosta, no Piancó, área da Vila Embratel, para evitar desastres

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Lona de PVC apenas ameniza a situação de risco da encosta na chuva (Ã?reas de risco Piancó)

São Luís - A Defesa Civil de São Luís, órgão ligado à Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), constatou que existem 62 áreas na capital nas quais podem ocorrer deslizamento de terras, durante o período chuvoso, por estarem localizadas nas proximidades de encostas. Ontem, agentes da Defesa Civil colocaram lonas pretas em um desses pontos, no bairro Piancó, área da Vila Embratel, com o objetivo de evitar desastres naturais graves, inclusive com ocorrência de mortes.

Marlow Diógenes, que coordenou a ação da Defesa Civil, disse que na semana passada os agentes, que estavam acompanhados do superintendente Alexsandro Costa, realizaram uma vistoria na localidade e constataram que o terreno de declive, mesmo estável, necessitava da lona, para evitar que a lama ou água invadisse casas, localizadas na 2ª Travessa do Piancó.

Ainda segundo Marlow Diógenes, a lona de PVC impede, de uma certa forma, que haja intensa infiltração da água no solo, o que resultaria no deslizamento de terra das encostas. “A lona de PVC, não é que venha impedir algum tipo de desastre natural, mas, de certa forma ameniza”, explicou o agente da Defesa Civil.

Ele contou que desde novembro do ano passado as equipes da Defesa Civil Municipal já vistoriaram 32 áreas de risco na capital e os moradores estão sendo informados sobre o perigo e sendo orientados para, em caso de algum tipo de ocorrência, ligar imediatamente para o órgão competente, pelo número 153. “As vistorias na cidade vão continuar no decorrer deste mês e caso encontre um perigo maior, o morador vai ser orientado a deixar o local”, ressaltou Marlow Diógenes.

Risco evidente
“Sei do risco evidente, mas, moro nessa localidade há oito anos”, disse Gabriel Pereira, de 19 anos. A residência dele é localizada na 2ª Travessa do Piancó e, no quintal, está a área de encosta. Ele contou que no decorrer do período chuvoso há desmoronamento da barreira, mas, até o momento não presenciou ocorrência com morte e desabamento de imóvel.

Maria Raimunda Sousa, de 65 anos, também reside nessa rua e no fundo da sua casa é possível observar a barreira inclinada. Ela declarou que construiu uma base de concreto no quintal, para que durante a chuva intensa não entre lama da barreira, e colocou alguns jarros de plantas no local. “Moro aqui sozinha, mas nunca fui obrigada a deixar a minha residência devido a chuva”, frisou a moradora.

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Brandão, de 40 anos, contou que mudou da área há duas semanas e conseguiu construir uma casa melhor em uma outra localidade da cidade. “Tive que deixar a localidade, mas sempre venho fazer visitas aos meus antigos vizinhos”, contou o ex-morador.

Ao longo da rua, pelo menos, quatro imóveis tem placas de venda ou de aluguel e muitos estão de portas fechadas. Brandão disse que a maioria das casas pertencem a pessoas que deixaram o local no fim do ano passado.

SAIBA MAIS

Algumas áreas de risco
As áreas de risco da capital estão localizadas na Vila Cerâmica, Anjo da Guarda, Alto da Esperança, Cajueiro, Cidade Nova, Argola e Tambor, Fumacê, Gancharia, Gapara, Itaqui, Jambeiro, Mauro Fecury I, Mauro Fecury II, Ilha da Paz, Sol Nascente, Piancó, Residencial Paraíso, Porto Grande, Residencial Resende, Rio dos Cachorros, Sá Viana, São Benedito, Vila Bacanga, Vila Maranhão, Vila Embratel, Vila Collier, Vila Isabel, Vila Nova, Coroadinho, Sacavém e outros.

Reunião
A Defesa Civil de São Luís realizou, no último dia 13, uma reunião com a Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), a Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) e a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) para discutir sobre a demolição da torre de uma antiga olaria, no Parque Brasil, área do Quebra Pote, que está na iminência de desmoronar. Por esse motivo, as famílias que residem nas imediações devem ser retiradas.

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