Comércio

Estabelecimentos do aeroporto de São Luís têm queda nas vendas

Além de um quiosque fechado, lojas, restaurantes e lanchonetes ainda passam por dificuldades com redução de voos, em decorrência da pandemia; previsão é que a melhora nas vendas seja lenta

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Um quiosque fechou e os demais têm dificuldades nas vendas, assim como as lojas que funcionam no local (aeroporto)

São Luís – Com a pandemia da Covid-19 e o isolamento social, o fluxo de viagens reduziu em todo o país, chegando a zero em alguns locais, como no caso de São Luís, durante o lockdown. Apesar da reabertura dos serviços e da chegada do recesso de fim de ano - período de alta movimentação nos aeroportos -, a expectativa é de que o cenário não melhore ainda, o que preocupa os donos de lojas, lanchonetes e restaurantes de aeroportos. De acordo com Associação Nacional de Concessionárias do Brasil (Ancab), no Maranhão, atualmente, esses estabelecimentos estão registrando uma queda nas vendas de 65 a 85%.

Esse é o caso da empresária Sílvia Melo, que possui uma creperia localizada no Aeroporto Internacional de São Luís – Marechal Hugo da Cunha Machado. Seu estabelecimento se manteve fechado por três meses ,com o faturamento em zero, e mesmo com a reabertura, suas vendas continuam baixas e em estado crítico. “Tivemos de fechar em março, devido a quarentena, e chegamos a faturamento zero. Tivemos de demitir funcionários e pedir empréstimos a bancos e familiares, e mesmo assim ainda está extremamente difícil. Têm dias que vendemos apenas água”, desabafou a empresária.

De acordo com ela, são poucas as pessoas que passam pelo local ultimamente, tanto pela crise econômica quanto pela redução dos voos. Com a pandemia, um acordo entre as empresas aéreas determinou que os voos do Aeroporto Internacional de São Luís ocorram apenas no período do dia, tanto chegadas quanto partidas.

“Antes da pandemia nós ficávamos abertos 24h para atender a clientela, mas agora com a redução de voos, só funcionamos durante o dia e, mesmo assim, são poucas pessoas viajando no momento, a maioria a negócios, e isso afeta nossas vendas. E com essa crise, não acredito que a situação vá melhorar tão cedo”.

O diretor executivo da Ancab, Ricardo Frota, explicou que todo setor de lojistas em Aeroportos foi gravemente afetado. “A redução do número de voos e a queda do fluxo de público diminuiu em mais de 90% o faturamento durante os primeiros meses da pandemia. O retorno para a chamada ‘normalidade’ do setor será lenta e gradual. Estamos distantes de alcançar os números de fevereiro de 2020, ou dos meses de 2019”.

Em uma tentativa de amparar esses estabelecimentos, nos primeiros meses da pandemia, entre abril e agosto, a Infraero reduziu em 50% o valor do aluguel desses estabelecimentos, contudo, entre setembro e novembro essa redução passou a ser de 20% a 30%. “Essa ajuda foi o que me manteve, mas para muitos não adiantou, vários aqui fecharam, e eu sinceramente estou avaliando se devo continuar aberta, pois agora as contas estão chegando e ainda está muito difícil”, ressaltou a dona da creperia. A Ancab também enfatizou que o valor de aluguel tem um peso significativo no custo fixo do lojista.

Também visando apoiar esses estabelecimentos, a Ancab está orientando aos estabelecimentos associados. “Estamos prestando apoio jurídico a seus associados e mantemos um canal de diálogo com as autoridades do setor em busca de uma solução para a cobrança de aluguéis e rateios”, ressaltou o diretor.

Previsão para o fim de ano
Apesar das festas de fim de ano serem um dos maiores movimentadores dos aeroportos, com a pandemia e a suspensão das festas oficiais, neste ano a movimentação deve ser diferente. “Este será um fim de ano atípico. Fazer qualquer previsão sobre melhora pode ser precipitado. Certamente teremos um aumento de voos e de público, mas nada comparável aos anos anteriores. Ainda estamos num período de pandemia e as restrições aos voos internacionais e nacionais continuam”, explicou Ricardo Frota.

A Secretária de Estado do Turismo (Setur) informou ao O Estado que, apesar da procura por hotéis, casas de temporada e destinos domésticos terem aumentado, e ainda novos voos serem criados como o que liga São Luís a Salvador, o turismo deve ter retração em relação ao ano passado, no entanto, dados definitivos só serão conhecidos em dezembro.

“Acredito que a movimentação possa melhorar um pouco, mas ainda não é o ideal. Vai demorar muito ainda para as coisas voltarem ao normal”, disse a empresária Sílvia Melo.

NÚMERSOS

90% das vendas caíram durante o período de isolamento
60% a 85% das vendas continuam caindo no período de flexibilização

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