Alerta geral

Coronavírus: a ''última cartada'' de NY para tentar conter 2ª onda

Internações hospitalares nos EUA atingem níveis recordes, enquanto cidade de Nova York alerta que está à beira de segunda onda da pandemia; os Estados americanos quebraram novos recordes de casos esta semana

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Encontros noturnos foram identificados como uma das principais fontes de disseminação de infecção em Nova York (NOva York)

ESTADOS UNIDOS - Nova York adotou novas restrições para conter o coronavírus e o prefeito Bill de Blasio alertou que esta é a "última chance" da cidade impedir uma segunda onda de contaminação. Bares, restaurantes e academias devem fechar até as 22h e as pessoas só podem se reunir em grupos de até 10 pessoas.

Os Estados Unidos estão vivendo um aumento no número de casos do coronavírus — com um recorde de 65.368 americanos hospitalizados na quarta-feira,12. Mais de um milhão de novos casos em novembro elevou para mais de 10 milhões o número de casos em todo o país, com 233.080 mortes até agora.

Os EUA têm registrado mais de 100 mil novos casos por dia nos últimos oito dias, o que os especialistas dizem ser um surto pior do que os registrados na primavera e no verão.

Na quarta-feira, 11,um membro do painel de assessoria para assuntos de Covid-19 do presidente eleito Joe Biden disse que um bloqueio de quatro a seis semanas poderia controlar a pandemia.

Um dos principais consultores desse painel, Michael Osterholm, disse que o governo poderia emprestar dinheiro suficiente para cobrir a perda de receita das empresas durante uma paralisação radical.

O que está acontecendo ?

"Estamos vendo um aumento nacional e global da Covid, e Nova York é um navio nessa maré de Covid", disse o governador do Estado, Andrew Cuomo, na quarta-feira.

As novas medidas que entram em vigor nesta sexta-feira (13/11) são, segundo Cuomo, uma resposta ao fato de o rastreamento de contatos identificar encontros noturnos como os principais vetores de disseminação do vírus no Estado.

Se a taxa de disseminação da infecção continuar crescendo, o prefeito de Blasio disse que a rede de escolas públicas da cidade de Nova York seria fechada e as crianças iniciariam aulas online.

"Esta é nossa última chance de impedir uma segunda onda. Podemos fazer isso, mas temos que agir agora", tuitou de Blasio.

A cidade de Nova York foi gravemente atingida pelo vírus no início deste ano, quando quase 18 mil pessoas morreram por Covid-19 em março, abril e maio, de acordo com o Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade.

Qual é o cenário nacional?

Os Estados americanos quebraram novos recordes de casos esta semana, com o Texas se tornando o primeiro a atingir um milhão de casos na terça-feira. Se o Texas fosse um país, estaria em 11º lugar no mundo em quantidade de casos.

Outros Estados, incluindo Illinois, Wisconsin, Minnesota, Califórnia e Flórida, também tiveram aumento de casos. A rede CBS News informou que 15 Estados viram o número de pacientes hospitalizados por conta do vírus dobrar em outubro.

Alguns hospitais, como Idaho e Missouri, tiveram que recusar pacientes porque ficaram sem espaço. Como resultado, os Estados com mais casos tiveram de impor novas restrições para barrar as contaminações. Moradores de Wisconsin e Nevada devem ficar em casa por duas semanas e, em Minnesota, bares e restaurantes devem fechar antes das 22h.

Na terça-feira, 10, Osterholm alertou para uma "tempestade perfeita". Em entrevista à CBS nesta manhã, Osterholm disse que "não há dúvidas de que nossos hospitais estão prestes a ficar sobrecarregados". Ele afirmou que "os dias mais sombrios desta pandemia serão entre agora e a próxima primavera", antes da provável chegada da vacina.

Osterholm, que dirige o centro de pesquisa de doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, disse que, durante o pico no verão, após o feriado nacional do Dia do Trabalho, os novos casos aumentaram para 32 mil por dia.

"Agora estamos registrando de 120 a 130 mil casos por dia", disse ele. "Não fique surpreso quando chegarmos a 200 mil casos por dia."

No mesmo dia, o chefe de doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, deu algumas notícias promissoras. Ele disse que a nova vacina para Covid da Pfizer deve passar por um processo de autorização de emergência na próxima semana. Testes em humanos sugerem que ela é 90% eficaz.

Fauci disse ao MSNBC: "Vou analisar os dados, mas confio na Pfizer, confio na FDA (a agência reguladora local, a Food and Drug Administration). São colegas meus há décadas, cientistas de carreira".

Em meio ao surto em andamento, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) atualizou uma pesquisa sobre uso de máscaras, dizendo que ela não protege apenas os outros, mas também a pessoa que a usa.

A orientação anterior baseava-se na ideia de que o principal benefício do uso da máscara era de potencialmente impedir que uma pessoa infectada transmitisse Covid a outras pessoas.

Estudos

O CDC referenciou vários estudos, incluindo um caso em que dois cabeleireiros que testaram positivo para Covid interagiram com 139 clientes — mas dos 67 clientes que os pesquisadores testaram, nenhum teve a doença. Os profissionais e todos os clientes usaram máscaras no salão.

Outro estudo investigando o surto a bordo do porta-aviões USS Theodore Roosevelt descobriu que o uso de máscara parecia ter reduzido o risco de transmissão do vírus em 70%, disse o CDC.

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