Investigação e análises da água do Rio Grajaú continuam, informa Sema
O rio, que teve mudança na coloração e morte de peixes, está passando por análise laboratorial para identificar a causa do desastre; especialistas suspeitam de bloom de algas e acumulo de materiais na água
SÃO LUÍS – Com a coloração da água modificada e a morte em massa de peixes da região, o Rio Grajaú ainda está passando por análise, para descobrir o que causou o desastre ambiental. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), durante esta semana (02 a 06 de novembro) uma equipe se deslocou pontualmente por trechos estratégicos do rio para recolher material. A coleta foi realizada para complementar as análises iniciais
A alteração do rio aconteceu na região da nascente e comunidades ribeirinhas dos municípios Grajaú, Paulo Ramos, Vitorino Freire, Pio XII e Vitória do Mearim. O material continua sendo destinado ao Laboratório de Análises Ambientais da Sema (LAA) que prosseguirá com as análises físico-química e/ou microbiológica das amostras.
A Sema também informou ao O Estado que está sendo analisado as autorizações e licenças emitidas para empreendimentos localizados na região, além de imagens de satélite e drones. O objetivo é descobrir o que de fato ocasionou o problema (se de origem natural ou antrópica).
Hipóteses
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O oceanógrafo Jorge Nunes destacou que apesar de ainda não existir um resultado da análise, há especulações do que pode ter ocorrido. “A mudança da coloração da água pode acontecido por um ‘bloom’ de algas. Normalmente é acompanhado pela mudança de cor e cheiro diferente. E as causas desse bloom causam preocupação, pois, não sabemos se foi motivada por chuvas na região, se há fazendas no entorno do rio ou se houve aplicação de agrotóxico nas propriedades”, destacou o Jorge Nunes.
O oceanógrafo ainda ressalta que o aumento de algas em rios geralmente ocorre quando há nutrientes (nitrato, nitrito, fosfato etc) à disposição no ambiente, pois esses nutrientes aceleram o processo reprodutivo dessas algas, que são microscópicas, que possuem o ciclo de vida curto, resultando em uma multiplicação absurda. Esses nutrientes normalmente são usados em plantações e podem ser encontrados no esgoto doméstico.
“Caso não esteja chovendo é possível que estes meses de estiagem, naturalmente mais quentes, propiciem menor volume de água nos rios e maior produção de efluentes domésticos. Assim, a produção de nutrientes pode ser de origem doméstica, acarretando os mesmos efeitos nas microalgas. Com o bloom das algas é possível que a turbidez da água aumente e impeça a entrada de luz para as algas que ali vivem, associadas aos diversos substratos (rochas, troncos etc). Sem luz essas algas, e outros organismos fotossintetizantes (microalgas), morre.
A decomposição tanto destes organismos fotosintetizantes, como as algas que estão em bloom, reage com o oxigênio da coluna d’água e deixa vários animais debilitados até sua morte. Os peixes sucumbem por que precisam de oxigênio dissolvido na água, enquanto a matéria orgânica em decomposição rouba o oxigênio da água”, explicou o oceanógrafo
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