SÃO LUÍS - A partir desta quarta-feira, 7, três alunos do projeto Ação Social - Lutando por Valores vão se tornar instrutores de jiu-jitsu em uma escola estadual de São Luís. O projeto começou em março de 2015, ensinando artes marciais para crianças dos arredores da Lagoa da Jansen (Ponta D´Areia, Ilhinha e São Francisco) e vários alunos cresceram dentro da Academia Ação, onde cerca de 80 alunos seguem treinando.
Marcos Pereira, de 19 anos, Pedro Henrique, 19, e Júlio César, 18, começaram a treinar jiu-jitsu ainda pequenos, com idades entre 13 e 14 anos, e chegaram à faixa roxa neste ano, o que os capacitou para se tornarem instrutores.
A oportunidade de trabalharem com o esporte surgiu após a Secretaria Estadual de Educação e a Academia Ação de Lutas firmarem parceria, ainda em 2019, para executar um projeto piloto de artes marciais nas escolas, começando pelo jiu-jitsu. Os três instrutores vão receber uma bolsa para ensinar a modalidade a alunos da rede pública.
Cada um deles vai dar aulas três vezes por semana, inicialmente no Centro Educacional João Evangelista, no bairro da Ilhinha, periferia da capital maranhense, onde há carência de práticas esportivas gratuitas. "É muito gratificante poder repassar a outras crianças e jovens um pouco do eu venho aprendendo desde criança", disse Julio César, um dos instrutores. "E é maravilhoso também poder trabalhar na área que eu mais amo, que é o esporte", completou.
Para o vice-presidente da Federação de Jiu-jitsu do Estado do Maranhão e um dos coordenadores do projeto, Jarbson Sousa , a ideia é expandir o projeto e levar a arte-marcial a mais comunidades. "A nossa intenção é que o jiu-jitsu vá para as escolas e que esse plano piloto que estamos fazendo com esses três alunos seja modelo, para que todos os outros alunos deste e de outros projetos sociais um dia possam dar aulas, inclusive em outros bairros", disse Sousa.
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Lutando por valores
Mais de 100 alunos já passaram pelo Projeto Ação Social - Lutando por Valores que, além do jiu-jitsu, ensina judô e kickboxing a crianças e jovens de comunidades, com o objetivo de tirá-los do risco das ruas e proporcionar saúde e disciplina aos inscritos. A assiduidade e o compromisso com os treinos e com os estudos são os principais requisitos para se manter no projeto, que busca, através da cultura das lutas, trabalhar valores como: disciplina, ética, autoestima, higiene pessoal, entre outros; colaborando com a construção da cidadania dos alunos e promovendo a saúde através da prática esportiva. Além disso, o projeto auxilia no processo de profissionalização dos alunos, uma vez que alguns dos mais antigos são orientados para começarem a exercer a função de instrutores.
Para o professor de jiu-jitsu e kickboxing da Academia Ação e um dos idealizadores da iniciativa, Eduardo Leite, a partir de agora o projeto social tende a crescer e o jiu-jitsu nas escolas também. "Nós acreditamos no esporte nas escolas como forma de diminuir a evasão escolar e melhorar o desempenho dos estudantes", afirmou Leite.
Segundo o secretário estadual de educação do Maranhão, Felipe Camarão, o jiu-jitsu nas escolas veio para ficar. "As artes marciais trabalham com a disciplina, com a hierarquia, a coordenação motora, o corpo e a concentração. Eu sempre pratiquei esporte e sei da importância que a atividade tem na educação", afirmou Camarão, que também é praticante e faixa roxa de jiu-jitsu.
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