Coronavírus

Cientistas de Hong Kong confirmam caso de reinfecção pela Covid-19

O paciente em questão, em março, teve sintomas típicos da Covid-19, foi curado e, agora, em 15 de agosto, após uma viagem à Europa, retornou a Hong Kong e foi novamente diagnosticado como positivo; Mais dois casos foram confirmados na Holanda e na Bélgica

Com informações da CBN e G1

Atualizada em 11/10/2022 às 12h19

HONG KONG – Cientistas anunciaram, na tarde de ontem (24), em Hong Kong, a confirmação do primeiro caso de reinfecção pela Covid-19 no mundo. Até o momento havia apenas a possibilidade da segunda contaminação.

A pesquisa com o resultado foi aceita para publicação no "Clinical Infectious Diseases", da editora da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Em artigo, cientistas informam após análise de genomas virais, percebeu-se que não se tratava de disseminação viral persistente, mas sim de uma reinfecção da SARS-COV-2.

"Um paciente aparentemente saudável e jovem teve um segundo caso de infecção pela Covid-19 diagnosticado 4 meses e meio depois do primeiro episódio", declararam os cientistas, da Universidade de Hong Kong, em um comunicado.

Para diferenciar a possível reinfecção de uma disseminação viral persistente, pesquisadores testaram o código genético do vírus e descobriram que o vírus da segunda infecção pertencia a uma linhagem diferente da primeira. Ao ser contaminado pela primeira vez, o paciente, um homem de 33 anos, teve apenas sintomas leves; na segunda vez, ele foi assintomático.

“O segundo episódio de infecção assintomática ocorreu 142 dias depois do primeiro episódio sintomático em um paciente, aparentemente, imunocompetente. Durante o segundo episódio houve evidências de infecção aguda, incluindo elevado número de proteína C reativa e soroconversão SARS-CoV-2 IgG. Os genomas virais do primeiro e segundo episódios pertencem a diferentes clados / linhagens”, é destacado em artigo.

Artigo sobre caso de reinfecção da covid-19

Os cientistas de Hong Kong também destacaram que a segunda "versão" do vírus é mais próxima à que circulou na Europa entre julho e agosto (o paciente havia voltado de uma viagem à Espanha). Já o primeiro vírus era semelhante aos que circularam em março e abril. “Em comparação com os genomas virais no GISAID, o primeiro genoma do vírus foi filogeneticamente relacionado às cepas coletadas em março / abril de 2020, enquanto o segundo genoma do vírus estava intimamente relacionado às cepas coletadas em julho / agosto de 2020”, diz o artigo.

“Nossos resultados sugerem que a SARS-CoV-2 pode continuar a circular entre os humanos, apesar da imunidade de rebanho devido à infecção natural”, concluem cientistas, na pesquisa divulgada, que também afirmam acreditar que o estudo de casos de reinfecção podem ajudar a guiar os projetos de produção de vacina.

Após a primeira confirmação na tarde de ontem do caso em Hong Kong, mais dois casos foram confirmados na manhã desta terça-feira (25), um na Bélgica e um na Holanda. O paciente holandês era um idoso com sistema imunológico enfraquecido, relatou a emissora holandesa NOS, citando a virologista Marion Koopmans. O governo holandês não se pronunciou imediatamente sobre o caso.

O caso belga foi o de uma mulher que se infectou pela primeira vez em março e pela segunda vez em junho. A emissora NOS afirmou que o paciente belga apresentou apenas sintomas leves.

OMS

Uma porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, nesta terça-feira (25), que os casos de reinfecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) não parecem ser comuns. A porta-voz, Margareth Harris, afirmou sobre o caso de Hong Kong: “É um caso documentado em mais de 23 milhões, e provavelmente veremos mais casos, mas parece não ser um evento regular. [Ou] teríamos visto muito mais casos".

A porta-voz também frisou que a imunização provida por uma vacina é mais forte que uma imunização natural e que a expectativa é que a vacina dê mais imunidade do que a infecção natural – como foi o caso dos pacientes reinfectados até agora.

E, com uma vacina, o ideal que se quer é uma imunidade mais forte. É uma das coisas que se procura quando se estuda que tipo de imunidade a vacina gera", acrescentou.

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