Uma forte chuva que castigou São Luís na tarde desta sexta-feira (24), causou diversos transtornos, incluindo alagamentos, em vários pontos, como na Avenida Litorânea, ponto conhecido por aquaplanar veículos. De acordo com o Laboratório de Meteorologia (Labmet), do Núcleo Geambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), a Zona de Convergência Intertropical está influenciando na estação chuvosa. Muitos raios caíram na cidade no decorrer do temporal, o que assustou os moradores.
De acordo com o professor Marcio Eloi, do Núcleo Geoambiental da Uema, os meses de março e abril são marcados por muitas chuvas em São Luís, com incidência de raios e trovões. Ele explicou que isso acontece porque a Zona de Convergência Intertropical se aproxima bastante da ilha, o que gera os temporais. Ainda segundo o meteorologista, com esse fenômeno, as denominadas “nuvens de tempestades” resultam em descargas elétricas no céu.
“Essas nuvens são chamadas de cumulonimbus, que são as únicas do planeta que causam raios e trovões. Acontece um conglomerado dessas nuvens, que geram descargas elétricas o tempo todo. Por isso que as chuvas que caem em São Luís nessa época do ano são repletas de raios”, esclareceu o professor. Ainda segundo Marcio Eloi, historicamente, o mês de abril era o mais chuvoso na capital, mas, nos últimos anos, está sendo março.
O fato é que a chuva com raios causou muitos alagamentos na cidade. Na Avenida São Marçal, em frente a um posto de combustível, até ônibus tiveram que trafegar lentamente, pois um “rio” se formou no local. A água quase invadiu a loja de conveniência do local. Na Litorânea, a altura da água na pista assustou quem passava pela avenida. No bairro São Francisco, não foi diferente.
“Nuvens de tempestade”
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As cumulonimbus são as mais perigosas nuvens da Terra. Suas dimensões horizontais e verticais são tão grandes que sua forma característica só pode ser vista claramente à longa distância (por isso o fato de serem vistas a até 400 km de distância, dependendo das condições do tempo). Elas produzem neve, chuva, granizo, raios, e até tornados. São bastante convectivas (ou seja, crescem muito verticalmente), e crescem em média até 12 km de altitude, mas podem chegar a mais de 20 km, e às vezes atingindo a estratosfera (chegando a 23 km em casos extremos).
No seu estágio maduro, o topo é constituído de cristais de gelo, enquanto a base é constituída de gotículas d'água. Quando o topo, chamado de bigorna ou anvil, para de se desenvolver, se separa do núcleo da cumulonimbus, e expande-se até dissipar-se completamente, o que pode levar horas. A maioria das células dessas nuvens morre depois de aproximadamente 20 minutos, quando a precipitação faz com que as correntes ascendentes que alimentam a tempestade cessem, fazendo com que a energia se dissipe.
Zona de convergência
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é um dos mais importantes sistemas meteorológicos atuando nos trópicos. Ela é parte integrante da circulação geral da atmosfera, onde existem três cinturões de ventos que são observados em cada hemisfério do planeta Terra. Esse fenômeno tem influência sobre tempo e clima e é uma interação entre eventos meteorológicos das latitudes médias e tropicais.
Existem quatro zonas de convergências principais que atuam em todo o planeta Terra, que são Zona de Convergência do Atlântico Sul, do Pacífico Sul, do Índico Sul e Intertropical.
Saiba Mais
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