Campanha

Postos de saúde estão sem doses da vacina contra gripe em São Luís

A Secretaria de Estado da Saúde informou estão previstas para chegar, durante esta semana, 196 mil doses da vacina contra influenza ao Maranhão

Nelson Melo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
(vacina influenza)

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, coordenada pelo Ministério da Saúde, está em sua segunda fase, que começou no último dia 16 de abril em todas as unidades federativas do Brasil. Nessa etapa, serão imunizados indígenas, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transportes coletivo e trabalhadores portuários. No entanto, em São Luís, alguns postos de saúde estão sem as doses da vacina, como verificou o Jornal O Estado. Na primeira etapa da imunização, esse mesmo problema aconteceu na capital maranhense e outras cidades do Maranhão.

No Centro de Saúde do Turu, quem está chegando ao local não está conseguindo ser imunizado. De acordo com informações de uma funcionária do posto, as doses da segunda etapa da vacinação contra gripe Influenza ainda não chegaram. A previsão é somente para o reinício da campanha na capital. Enquanto isso, as pessoas do grupo prioritário estão comparecendo aos locais, mas são informadas sobre a ausência das doses.

Importante destacar que, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), estão previstas para chegar, durante esta semana, 196.000 doses da vacina contra Influenza no Maranhão, para abastecer os locais selecionados para a imunização. O Ministério da Saúde informou que todos os estados estão abastecidos para iniciar a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Para isso, o órgão investiu R$ 1,1 bilhão na aquisição total de 79 milhões de doses da vacina para as três fases.

Mais de 39,8 milhões de doses já foram enviadas às unidades federativas, para atender o público-alvo das duas primeiras fases, sendo 15,1 milhões para a segunda fase. A vacina, composta por vírus inativado, protege contra os vírus influenza A (H1N1)pdm09, A (H3N2) e Influenza B. “Toda semana, o Ministério da Saúde envia novas remessas de lotes da vacina aos estados, conforme entrega do Instituto Butantan que antecipou em um mês sua produção, para que o país iniciasse a vacinação da população contra a gripe. Os estados são responsáveis por fazer a distribuição aos municípios”, declarou a pasta.

Problema anterior

Durante a primeira fase da campanha, os lotes da vacina foram encerrados somente no primeiro dia, em 23 de março, na capital maranhense e outros municípios, como São José de Ribamar e Caxias, por conta da presença maciça das pessoas nos postos de saúde. Devido a esse problema, um novo ofício foi encaminhado ao Ministério da Saúde, responsável pelo fornecimento das doses. Em São Luís, a etapa de imunização foi suspensa devido à grande procura nas 118 salas de vacinação.

Na época, a SES teve que fazer a solicitação de novo lote ao Ministério da Saúde, para abastecer os municípios que sofreram com a falta das doses. A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) se manifestou e explicou que aquilo aconteceu em razão da grande demanda registrada no primeiro dia da campanha, provocando o esgotamento das doses disponíveis. O cronograma de vacinação, então, teve prosseguimento apenas para acamados que já haviam feito agendamento para imunização.

No Maranhão, foram aplicadas 790.742 mil doses da vacina durante a primeira fase, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde. Foram imunizados 171.522 mil crianças de 6 meses a menores de 6 anos; 120.654 mil trabalhadores da área da saúde e 498.566 mil idosos.

“A SES destaca, ainda, que qualquer pessoa que faça parte dos referidos grupos que ainda não tenha se vacinado, poderá fazê-lo até o final da campanha”, informou a Secretaria.

A campanha

A 1ª fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, coordenada pelo Ministério da Saúde, será dividida em três etapas. Nesta primeira fase, que seguiu até o dia 15 de abril, foram imunizadas as crianças a partir de 6 meses de vida a menores de 6 anos, bem como idosos a partir dos 60 anos e os profissionais que trabalham na área da saúde. Somente na capital maranhense, foram disponibilizadas 68 salas de vacinação distribuídas nas unidades de saúde do município.

Neste ano, a campanha traz o conceito “Gripe. Tem que vacinar”. Também voltada para as outras duas fases, as peças destacam as datas de início da vacinação para cada grupo e chamam a atenção para a importância de se respeitar o calendário para que todos sejam imunizados.

Outras etapas

Na segunda etapa da campanha, que começou no dia 16 de abril, serão imunizados indígenas, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transportes coletivo. Além de trabalhadores portuários, que se juntam ao grupo prioritário, formado por membros das forças de segurança e salvamento; pessoas com doenças crônicas ou condições clínicas especiais; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.

A segunda fase da campanha segue até o dia 8 de maio. Profissionais de transporte coletivo (motoristas e cobradores) e portuários devem buscar a vacinação, independente do seu estado ou município de residência, em qualquer serviço público de vacinação, fixo ou móvel, pois transitam em todo o país. Recomenda-se a apresentação de algum documento comprobatório, como carteira de trabalho, o contracheque com documento de identidade, a carteira de sócio (a) dos sindicatos de transportes, carteira de habilitação (categorias C, D ou E), registro no Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) ou declarações dos serviços onde atuam.

Também em função da vulnerabilidade dos povos indígenas, o Ministério da Saúde decidiu antecipar a vacinação contra influenza desse público para o dia 16 de abril. Os indígenas receberão as equipes de vacinação em suas aldeias, que adotarão todas as medidas de prevenção e controle do novo coronavírus já estabelecidas pelo órgão. Em todos os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) do país, as vacinas seguirão até as aldeias de carro, de barco ou de avião, sempre observando as recomendações de conservação da temperatura e de armazenamento das doses.

A partir de 9 de maio, “Dia D” de vacinação, serão imunizadas as pessoas com deficiência; professores; crianças de 6 meses a menores de 6 anos; gestantes; mães no pós-parto até 45 dias e pessoas acima de 55 a 59 anos de idade. A campanha seguirá até o dia 22 de maio.

A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos, até o dia 22 de maio, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Para isso, foram adquiridas 75 milhões de doses da vacina, que já estão sendo enviadas aos estados. A antecipação da campanha de abril para março ocorreu para proteger os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe. A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, irá auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para Covid-19, já que os sintomas são parecidos.

E, ainda, ajuda a reduzir a procura por serviços de saúde. Estudos e dados apontam que casos mais graves de infecção por coronavírus têm sido registrados em pessoas acima de 60 anos, grupo que corresponde a 20,8 milhões de pessoas no Brasil. Por isso, a primeira etapa da campanha contempla esse público.

Tipos de gripe

A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da influenza, com grande potencial de transmissão, segundo o Ministério da Saúde. O vírus Influenza propaga-se facilmente e é responsável por elevadas taxas de hospitalização no mundo.

Existem quatro tipos de vírus influenza: A, B, C e D. Os influenza A e B, geralmente, ocasionam as denominadas epidemias sazonais. O da categoria A é responsável pelas grandes pandemias.

Os vírus do tipo A são encontrados em várias espécies de animais, além dos seres humanos, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. As aves migratórias desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre. Eles são ainda classificados em subtipos de acordo com as combinações de duas proteínas diferentes, a Hemaglutinina (HA ou H) e a Neuraminidase (NA ou N). Dentre os subtipos de vírus influenza A, atualmente o A(H1N1)pdm09 e o A(H3N2) circulam de maneira sazonal e infectam as pessoas.

Alguns vírus influenza A de origem animal também podem infectar humanos causando doença grave, como os vírus A(H5N1), A(H7N9), A(H10N8), A(H3N2v), A(H1N2v) e outros.

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