Covid-19

Nova rotina para as crianças durante o isolamento social

Ficando apenas em casa, as crianças têm energia de sobra e entretê-las não é nada fácil; é importante reforçar os vínculos, conversar mais , estabelecendo limites para não parecer férias

Kethlen Mata/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Durante o isolamento social, crianças precisam se adaptar a nova rotina, sem passeios, escola e contato externo (crianças)

A pandemia do novo coronavírus trouxe preocupação para todas áreas, saúde economia, educação e para a própria rotina das pessoas, devido ao isolamento social. Quem também está precisando se reinventar nesse momento, são as mães que têm filhos pequenos e precisam encontrar alternativas para ocupar o tempo ocioso das crianças. O Estado conversou com algumas mães para entender como está sendo esse momento de adaptação em uma nova rotina.

A estudante de Odontologia, Thalyta Everton, é mãe da Luana de 3 anos de idade, e com as medidas de distanciamento social precisou se mudar para a casa dos pais no interior, já que tem que lidar, também, com as aulas online da faculdade.

Ela conta que antes da pandemia tinha uma rotina agitada com a filha. “Ela ia para a escola e eu para a faculdade, nos fins de semana a gente sempre ia no shopping e clubes de piscina”, disse. Segundo Thalyta Everton, o momento não está sendo tão difícil porque para sua filha, o período está sendo como férias adiantadas. Mesmo assim, a pequena está bastante agitada com o tempo livre.

Para Elaine Coelho, estudante de Pedagogia, as coisas estão sendo um pouco diferentes. Já antes da quarentena, sua rotina com o filho João Miguel, de 1 ano e 3 meses, era mais calma. O que ela tem notado é uma energia de sobra no filho. “Não tínhamos o costume de sair muito, mas sempre que dava a gente ia na casa de familiares e ele ficava tranquilo, mas esses dias ele está dando trabalho para dormir”, afirmou ela.

A terapeuta Wandércia Figueirêdo explica como lidar com essa energia toda dos baixinhos. “O momento é oportuno para se estabelecer um vínculo mais forte com seu filho através de diálogos sinceros e construtivos mostrando que os recessos das nossas tarefas diárias não significam férias”. Disse ainda, que é necessário estabelecer limites, por exemplo, ter hora para dormir e hora para acordar, para fazer refeições, hora para assistir televisão e para estudar.

Alternativas
Com tanta energia acumulada nos pequenos, é preciso buscar formas de entretê-los. “Para as crianças menores é interessante apostar em atividades que desenvolvam o raciocínio, a lógica, imaginação e a coordenação motora, para isso a indicação são brincadeiras como morto-vivo, caça objetos, mímica, pista de carrinhos, pintura, guerra de travesseiros, cabanas e contação de histórias”, esclareceu a terapeuta.

Thalyta Everton pesquisou brincadeiras na internet para realizar com sua filha. “Eu pintei uns copinhos e colei no isopor, também cortei uma garrafa PET e fiz como se fosse um anel pra ela jogar”, citou. “Outra é a das cores, coloco bolinhas de todas as cores e ela tem que colocar as bolinhas no lugar certo”, completou.

Como explicar sobre Covid-19

Outro ponto importante é a abordagem do assunto com as crianças, trata-se de um assunto extremamente delicado, mas que precisa ser conversado.

1 – O primeiro passo é utilizar uma linguagem direta e que faça sentido para a criança, para que ela possa entender tudo de forma clara. Evite notícias, é melhor receberem a informação do adulto de referência.
2 – Dê oportunidade para que possam expressar seus sentimentos, e explique a mesma coisa mais de uma vez.
3 – Transmita confiança nas palavras, fale sobre os profissionais de saúde que estão trabalhando para ajudar.
4 – Por fim, explique que é uma situação passageira e que se cuidar agora é a melhor escolha.

Fonte: Ordem dos Psicólogos

ESTUDO ONLINE

Outra mudança radical na vida das crianças está sendo o modelo de Ensino a Distância (EAD). Com a suspensão das aulas presenciais esse foi o método adotado pelas escolas públicas e privadas. A professora Dandara de Carvalho está vivendo essa realidade. Ela trabalha com alunos de 2 até 14 anos de idade e comenta que os alunos estão se saindo bem diante de toda essa situação, mostrando comprometimento, assiduidade e responsabilidade na entrega de tarefas. “Tudo que é novo tende a ser um pouco difícil no início, mas com o decorrer do tempo, a adaptação tem sido fácil”, frisou. Dandara também ressaltou a importância da parceria escola/família nesse processo. “Principalmente em turmas onde as crianças ainda não sabem manusear com precisão os aparelhos tecnológicos”, finalizou ela.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.