Maioria dos que morreram por Covid-19 no estado era hipertensa
Dentre os 34 pacientes mortos (até a tarde de ontem), 20 sofriam de hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta; apenas três pacientes que vieram a óbito não possuíam comorbidades, porém, dois eram idosos
O novo coronavírus já contaminou mais de dois milhões no mundo, segundo dados atualizados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Controlar a fonte de infecção, interromper a rota de transmissão e proteger as pessoas suscetíveis são as únicas maneiras de controlar a propagação de doenças infecciosas. No Maranhão, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) na noite de terça-feira, 14, o número de mortos chegou a 34. Desse total, a maioria das pessoas era hipertensa, ou seja, dentro do grupo de risco.
De acordo com levantamento feito por O Estado, com base no boletim epidemiológico da SES, dentre as 34 pessoas que morreram pelo novo coronavírus no Maranhão, 20 sofriam de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que tem como principais fatores de risco a idade acima dos 50 anos, sedentarismo e excesso de peso corporal. Desse total de infectados que tinham diagnóstico de pressão alta, 16 eram idosos, com idades variando dos 64 até 89 anos.
Os demais hipertensos que faleceram tinham 49, 68, 54 e 57 anos. A maioria era do sexo feminino, totalizando 12 vítimas. Um dado importante é que 16 infectados que sofriam de hipertensão também tinham outras comorbidades, como cardiopatia (abrange todas as doenças que acometem o coração), câncer de mama, obesidade, diabetes, doença renal, doença neurológica e doença respiratória.
Outras doenças
Após os hipertensos, os que mais morreram no Maranhão em decorrência da Covid-19 foram os diabéticos, com 14 casos, e os que estavam com problemas cardíacos, com nove situações. Essas pessoas estão no denominado Grupo de Risco, que inclui, ainda, quem tem insuficiência renal crônica, doença respiratória crônica e doença cardiovascular. Os obesos, por outro lado, não estão incluídos entre a população de risco definida pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde (MS).
Relatórios da OMS e Ministério da Saúde colocam os hipertensos entre os mais suscetíveis ao novo coronavírus. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o vírus pode afetar o músculo cardíaco dos pacientes, que já têm o coração sobrecarregado, e causar miocardite (inflamação do miocárdio). Além disso, pode gerar necrose pulmonar, com acúmulo de líquido no pulmão.
Sem contar que o vírus anula a ação de medicamentos para controle de pressão arterial, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Por este motivo, os hipertensos devem estar com a pressão arterial controlada, com as vacinas em dia e procurar ajuda médica imediatamente após o aparecimento do primeiro sintoma característico de Covid-19.
Sem comorbidades
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, apenas três vítimas não possuíam comorbidades, que é a ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente e ao mesmo tempo. Um dos que morreram tinha 94 anos, do sexo masculino, que faleceu no dia 3 deste mês. Outro tinha 65 anos, que também era homem e teve o óbito registrado no dia 5 deste mês. No mesmo dia, não resistiu uma mulher de 34 anos.
Isso significa que apenas um desses três pacientes não estava o grupo de risco, que é a mulher. Os demais eram idosos, que estão na categoria dos vulneráveis ou suscetíveis. Os mais velhos estão entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos pelo novo coronavírus.
Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo.
O Ministério da Saúde diz que a pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo. Dentre esses, estão incluídos o fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, elevado consumo de sal, níveis altos de colesterol e falta de atividade física.
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito. No caso, podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. A HAS não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente.
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Casos
Óbitos no Maranhão – 34
Hipertensos – 20
Diabéticos – 14
Cardiopatas (problemas no coração) – 9
Doentes renais – 6
Sem comorbidades - 3
SOBRE O CORONAVÍRUS
O novo coronavírus é designado como Sars-Cov-2 pela Organização Mundial da Saúde. Covid-19 é o nome da doença causada pelo vírus, que pertence ao Coronavírus, bem como o patógeno que provocou a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Os dois, porém, são diferentes. A maior fonte de infecção até agora são justamente os pacientes contaminados. As vias principais de transmissão são por gotículas no trato respiratório e por contato. Outra maneira é por aerossóis. A transmissão no trato digestivo ainda não foi confirmada.
O período de incubação do vírus no corpo humano é de 1 a 14 dias. Os principais sintomas são febre, fraqueza e tosse seca. Uma menor parte das pessoas também apresenta outros, como obstrução nasal, coriza e diarreia. Alguns contaminados têm apenas febre baixa e fadiga leve.
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