Operação

Prossegue 2ª fase de transferência de óleo de navio encalhado no Maranhão

Foram remanejados 3,9 mil m³ de combustível do cargueiro para os navios ALP Defender e HOS Brass Ring

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h20
Navio MV Stellar Banner, de bandeira sul-coreana, passou por abastecimento reverso, com retirada de 3,9 mil metros cúbicos de combustível (stellar banner)

Ainda está acontecendo, de acordo com informações da Marinha do Brasil (MB), a operação de transferência de óleo retirado do navio NM Stellar Banner, de propriedade da empresa sul-coreana Polaris Shipping. A ação está em sua segunda etapa, que foi iniciada no último dia 7 de abril. Serão depositados aproximadamente 3.900 metros cúbicos de combustível, que saíram da embarcação, encalhada na Baía de São Marcos, na costa do Maranhão, desde o dia 24 de fevereiro deste ano, quando ocorreu uma avaria na proa, depois de ter saído do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís.

A Marinha do Brasil informou em nota que o combustível está sendo colocado no NM Stellar Iris. O óleo estava armazenado no HOS Brass Ring. Além disso, o Navio de Apoio Oceânico “Iguatemi” foi substituído pelo Navio-Patrulha “Bocaina”, que está na área do encalhe realizando o controle de embarcações e coletando amostras da água, confirmando a ausência de resíduos oleosos.

O monitoramento tem sido realizado por meio das aeronaves, drones e embarcações nas proximidades do NM Stellar Banner.

Retirada do óleo

A operação para retirada de óleo do navio sul-coreano NM Stellar Banner foi concluída no último dia 27 de março. Foram recolhidos 3.900 metros cúbicos de combustível, que foram transferidos para os navios ALP Defender e HOS Brass Ring. Após o processo de transferência do líquido, as equipes planejarão a remoção de quase 3000 toneladas de minério de ferro da embarcação, que levaria o produto para a China.

Conforme a MB, ainda não há previsão para início da operação de retirada do minério de ferro, que ocorrerá depois de finalizada a segunda etapa de transferência de óleo. “Ademais, os órgãos e empresas envolvidos permanecem em estreita coordenação com a Autoridade Marítima, no intuito de solucionar o ocorrido com a brevidade possível, obedecendo normas e procedimentos de segurança, priorizando a mitigação de riscos à poluição e à navegação”, frisou a Marinha.

Processo delicado

A retirada de óleo foi realizada em duas etapas, devido à delicadeza do procedimento, uma vez que poderia ocorrer o deslizamento de combustível no mar, causando um desastre ambiental. O prazo para término da operação, que começou no dia 11 de março, segundo estimado pela Marinha do Brasil, era de 10 dias, mas, devido às condições oceanográficas e meteorológicas, não foi possível concluir nesse tempo.

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A MB salientou que os porões de carga continuam intactos, e os sensores instalados confirmam que a embarcação sul-coreana permanece estável. Para auxiliar no procedimento, foi enviado um navio MPOV Normand Installer, que atuou na ação de salvatagem. De acordo com informações da Marinha do Brasil, essa embarcação é multipropósita e possui guindastes de grande capacidade.

Equipes envolvidas

Para a operação de transferência de óleo, estão sendo empregados 265 militares da Marinha do Brasil, além dos seguintes meios: Navio-Patrulha Bocaina; Navio Hidroceanográfico “Garnier Sampaio”; um helicóptero UH-15; e duas embarcações da Capitania dos Portos do Maranhão. Outros meios aéreos envolvidos são um helicóptero S-76 operado pela Vale S.A, que abasteceu o Stellar Banner com minério de ferro antes do encalhamento.

Além disso, atuam no local do encalhe o Navio MPOV Normand Installer; nove rebocadores (sendo quatro dotados com materiais para combate à poluição por óleo); dois drones com câmera térmica; duas embarcações de suporte às atividades de contingência de derramamento de óleo (OSRV) e quatro PSV.

O incidente

De acordo com informações da Vale, os 20 tripulantes do navio MV Stellar Banner foram evacuados, por medida de precaução, na noite do dia 24 de fevereiro, data do incidente. O comandante da tripulação adotou a manobra de encalhe a cerca de 100 quilômetros da costa de São Luís, segundo relatado pela mineradora. A embarcação foi construída em 2016 e está sendo operada pela empresa sul-coreana Polaris. O suporte técnico-operacional está sendo realizado por meio de rebocadores e navios da Petrobras.

Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, a embarcação transportava minério de ferro. O problema na avaria ocorreu nas proximidades da boia n° 1, no cantal da Baía de São Marcos, a uma distância de 32 milhas do Farol de Santana. O incidente foi registrado por volta das 21h30 daquele dia. Equipes de mergulho da Marinha do Brasil fizeram os trabalhos de inspeção, para que fossem identificados os danos no casco e compartimentos alagados.

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