Na Câmara

PSL prepara nova investida contra bolsonaristas

Em busca de liderança e de comissões, ala ligada a Bivar quer punições a aliados de Bolsonaro

Folha de S. Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Luciano Bivar segue no comando do PSL (Luciano Bivar)

A ala do PSL ligada ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), prepara uma nova investida contra o grupo de deputados que ficou ao lado do presidente Jair Bolsonaro na disputa pelo comando do partido no ano passado.

Após o Carnaval, novas representações contra congressistas bolsonaristas serão protocoladas no conselho de ética do partido.

Entre os pedidos estão expulsão e novas punições a deputados que estão ativamente convocando filiados a abandonarem o PSL para se associarem à Aliança pelo Brasil, legenda que Bolsonaro pretende criar.

"Novas ações estão sendo estudadas", afirmou o deputado Junior Bozzella (PSL-SP).

O movimento tem como objetivo alcançar maioria dentro da Câmara para que o grupo ligado a Bivar retome a liderança do partido. Assim, os bivaristas poderão controlar a indicação dos deputados que comandarão e participarão das comissões permanentes da Casa.

Hoje, o grupo comandado por Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente, tem maioria na bancada, o que assegura sua liderança.

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Se conseguir expulsar bolsonaristas, a ala aliada a Bivar retomaria o controle do partido na Câmara.

Atualmente, o PSL preside três colegiados: CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

O regimento interno da Câmara veda a reeleição do presidente e dos vice-presidentes das comissões. O mandato é de um ano.

Em 2019, a CCJ, a mais importante da Casa, ficou na mão de Felipe Franceschini (PSL-PR), deputado que começou o ano ao lado de Bolsonaro e terminou alinhado a Bivar. Neste ano, passa ao comando do centrão —bloco de partidos independentes que na Casa somam mais de 200 congressistas. Republicanos e MDB disputam a cadeira.

Eduardo, presidente da Comissão de Relações Exteriores, quer manter indiretamente o controle do colegiado.

Oficialmente, o discurso é de que pretende se afastar da temática internacional para se dedicar a assuntos domésticos e percorrer o país para consolidar a Aliança pelo Brasil.

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