Aumento

Pré-candidatos criticam reajuste de passagem de ônibus em São Luís

Deputado e pré-candidato a prefeito, Adriano Sarney conclamou a população a protestar contra o aumento; outros também se manifestaram

Ronaldo Rocha, da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
(Adriano Sarney)

O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Luís, Adriano Sarney (PV), utilizou o seu perfil em rede social para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus autorizada pela Prefeitura de São Luís e que começou a vigorar ontem na capital.

O reajuste foi de 10%, um aumento real de R$ 0,30 centavos a mais por cada trecho percorrido pelas linhas integradas -. A tarifa passou de R$ 3,40 para R$ 3,70 nas linhas de integração. Já no que diz respeito às linhas não integradas, o valor das tarifas passou de R$ 2,95 para R$ 3,20.

Para Adriano, não há qualquer justificativa para o aumento efetivado na capital. Ele enfatizou que parte da frota está em situação precária e não oferece conforto mínimo ao usuário. Ele também pontuou a superlotação, os atrasos e a demora dos ônibus e denunciou o sucateamento dos terminais de integração.

Pelo contrato de licitação, as empresas que exploram o serviço de transporte público são as responsáveis pela renovação e manutenção da frota.

“Hoje estamos aqui em frente ao Terminal Cohama/Vinhais para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus em São Luís. Porque que o governo PDT/PCdoB aumentou em 10% e em R$ 0,30 centavos a passagem de ônibus na capital do Maranhão, já que os ônibus não têm o mínimo conforto, a quantidade que circula na cidade não atende a população de uma forma geral, os terminais estão em péssima condição sem o mínimo conforto para a população? Isso é um desrespeito com os trabalhadores e com os estudantes. Vamos reverter essa situação e protestar, mais uma vez, contra esse aumento desnecessário da tarifa de ônibus em São Luís. Estamos juntos nessa luta”, disse.

Esse foi o sexto reajuste de tarifa autorizado na gestão de Edivaldo Holanda Júnior (PDT), desde que ele se elegeu para o primeiro mandato, em 2012.

Manifestação

Essa não foi a primeira vez que Adriano Sarney se manifestou contrário ao reajuste da tarifa de ônibus em São Luís e pela precariedade dos ônibus utilizados no sistema de transporte público da capital.

No ano passado, por exemplo, o Plenário da Assembleia Legislativa aprovou um requerimento de autoria de Adriano que solicitava informações detalhadas do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de São Luís (SET), Luís Cláudio Siqueira, e da presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, desembargadora Solange Cordeiro, sobre a eliminação da função de cobradores de ônibus em São Luís.

Ele apontou, na ocasião, a previsão de demissão de cerca de 3 mil cobradores de ônibus, o que forçava o a dupla função e a sobrecarga aos motoristas de transporte coletivo da Região Metropolitana de São Luís.

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“O argumento dos donos de empresas de ônibus de São Luís chega a ser ridículo. Eles dizem que, com a modernização da frota e com a tecnologia, não precisamos mais de cobradores nos ônibus. Isso parece uma piada. Quem conhece a frota da capital sabe muito bem que não existe nenhum tipo de preparo tecnológico para atender à população sem a figura do cobrador”, justificou na ocasião.

Depois disso, ele propôs amplo debate sobre o tema no Legislativo junto ao Ministério Público e a Justiça do Trabalho.

Reajuste repercute entre oposição e governo

O reajuste da tarifa de ônibus autorizado pela Prefeitura de São Luís também repercutiu entre os demais pré-candidatos a prefeito da capital, de oposição e da base governista.

O deputado federal Eduardo Braide, pré-candidato pelo Podemos, disse que já havia alerta a população para a possibilidade.

“Em 2016 eu avisei… Quem acaba pagando a conta é sempre a população de São Luís. A Prefeitura anunciou pra este domingo mais um aumento nas passagens de ônibus: de R$ 3,40 para R$ 3,70; e de R$ 2,95 para R$ 3,20. Mas a partir do ano que vem essa história vai mudar”, disse.

Duarte Júnior, pré-candidato pelo Republicanos, convocou uma audiência pública, no âmbito da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, para a próxima quarta-feira.

“Não podemos aceitar um transporte público que não seja acessível e de qualidade, nem reajustes que não estejam compatíveis com a lei. Precisamos garantir tarifas mais baratas, pois a cada aumento incompatível no valor da passagem, maior o custo de vida para os consumidores”, disse.

Já o deputado estadual Yglésio Moises, pré-candidato pelo PROS, defendeu o aumento no valor da tarifa. Ele disse que o reajuste está previsto em contrato.

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