Componentes do acervo arquitetônico colonial de São Luís, os casarões do Centro Histórico de São Luís, devido às condições precárias em suas estruturas, podem desabar no período chuvoso, que começou neste mês e deve ser encerrado somente em junho. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), já foram catalogados 152 desses imóveis históricos. Do total, 14 foram incluídos na categoria de risco elevado com relação à dimensão do problema.
Conforme informado pelo Corpo de Bombeiros Militar, em relação aos casarões do Centro Histórico de São Luís, as classificações em graus são leve, médio e alto, no que se refere aos riscos de desabamento e vulnerabilidade à ocorrência de incêndios. Os 14 enquadrados como risco elevado foram detectados como resultado de trabalhos periódicos do órgão, que realiza a atividade de catalogação desses imóveis, em todos os trechos da região.
De acordo com o CBMMA, esse levantamento é feito ao longo de todos os anos, por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, que atualiza as informações. O órgão frisou que as orientações técnicas aos usuários e moradores são realizadas de forma conjunta com diversas secretarias e entidades, como a Defesa Civil de São Luís, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Maranhão (Iphan/MA) e Secretaria de Estado da Cultura (Secma).
Em caso de necessidade, também são feitas evacuações de moradores das edificações, isolamento de imóveis em perigo, escoramentos de fachadas e produção de laudos técnicos, que são encaminhados aos órgãos competentes para a tomada de decisão final.
Imóveis com risco
O Estado verificou as condições dos casarões no Centro Histórico de São Luís. Na Rua da Palma, pelo menos cinco imóveis estão em situação de risco. Em uma das edificações, está quase se formando um jardim, pois plantas estão crescendo nos telhados e se arrastando pela fachada, o que fragiliza mais ainda suas paredes. As grades estão enferrujadas e as janelas possuem brechas, que teriam sido abertas por vândalos.
Em um dos imóveis com grau elevado de desabamento, há pessoas morando. Uma mulher, que estava do lado de dentro do casarão, disse que não existe risco de desmoronamento da estrutura. Em outro, na mesma rua, uma parte do telhado caiu há quase um mês. As telhas por pouco não machucaram um flanelinha, que passava na calçada nesse momento.
“Eu fui passando e ouvi um barulho estranho. Quando levantei a cabeça, o telhado veio abaixo. Eu saí correndo. Foi por pouco. Eu poderia ter morrido”, comentou o flanelinha.
Fachadas escoradas
Alguns casarões da Rua da Palma e de outras, ruas, como a do Giz e da Saúde, estão com escoramento na fachada. Pedaços grandes de madeira sustentam a edificação. Há imóveis interditados com tapumes e cadeados. Um dos imóveis está sendo reformado pelo projeto de requalificação e requalificação. Trabalhadores estão no local. A previsão de entrega é para o mês de junho.
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Desmoronado
Em março do ano passado, um casarão localizado na Rua Jacinto Maia desmoronou durante uma chuva intensa que caiu em São Luís. A edificação pertenceu ao médico Ayres, que, na época colonial, atendia gratuitamente escravos e pessoas sem condições financeiras. De acordo com o historiador Antonio Guimarães, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), isso acontecia no início do século XIX. Após o episódio do desabamento, o Corpo de Bombeiros Militar interditou o imóvel, assim como outros ao lado.
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